São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TERRA SEVERINA

Cidade natal de Severino usa fogos de artifício

Opositores celebram renúncia com fogos

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO ALFREDO (PE)

Os opositores do ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE) comemoraram ontem a renúncia do ex-deputado detonando uma bateria com 11 mil tiros de fogos de artifício em plena João Alfredo (a 115 km de Recife), terra natal do ex-parlamentar.
"Já vai tarde", "pega o beco", gritaram os cerca de cem oposicionistas que, pela TV da pizzaria Sabor em Pedaço, assistiram ao pronunciamento do pepista.
Assim que a decisão foi anunciada, do Alto do Cruzeiro, um dos pontos mais elevados do município, uma equipe contratada por R$ 1.800 na cidade vizinha de Surubim acionou a bateria de fogos, instalada aos pés de uma estátua de frei Damião. A equipe foi contratada por políticos contrários a Severino, que não tiveram o nome revelado.
Por alguns instantes, o barulho calou os moradores de João Alfredo. A fumaça cobriu a cidade, de 27 mil habitantes. Todos saíram às ruas para assistir ao espetáculo, mas não houve festa nas ruas. A decisão de Severino dividiu a cidade e gerou tensão.
"Não vamos aceitar provocação de maneira nenhuma", disse o contador Mércio Salviano da Silva, 55, simpatizante do ex-deputado. "Do jeito que está, pode haver confronto", avisou.
Entre os aliados de Severino, o clima era de inconformismo. "O que fizeram com ele foi uma falta de respeito", disse o vigilante Rubens Silva, 40. "Foi puro preconceito. Nordestino não tem vez", analisou.
Os simpatizantes de Severino sumiram com o início do pronunciamento.


Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Além do "mensalinho": Diálogo com a Câmara será mantido, diz Lula
Próximo Texto: Íntegra: "A elitezinha insuflou contra mim seus cães de guerra"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.