São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 2002

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Pepebista, que teve 4,1 milhões de votos, critica Alckmin e aponta amadurecimento de partido rival

Maluf declara apoio a Genoino no segundo turno; PT faz festa

EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Após duas semanas de intensas negociações, a direção estadual do PT venceu ontem a guerra de bastidores travada com o PSDB e conseguiu que o candidato derrotado Paulo Maluf (PPB) fosse a público declarar o apoio de seu partido a José Genoino no segundo turno da eleição ao governo de São Paulo, em união inédita.
"Todos conhecem minhas divergências políticas com o PT. Mas o PT amadureceu, mudou e fez uma campanha eleitoral de alto nível (...) Voto e recomendo a meus eleitores [4,1 milhões] que votem para governador no Genoino", disse Maluf, em nota.
Enquanto anunciava seu apoio aos petistas, Maluf criticou duramente o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e os oito anos de administração tucana no Estado.
Para o PT estadual, o apoio dos malufistas foi comemorado como "um gol". Já, entre lideranças petistas, houve tanto repercussões positivas como negativas (leia texto nesta página). "Apoio não é aliança", reagiu ontem Genoino. O PPB paulista também declarou voto no presidenciável petista Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão de Maluf formalizou um "racha" entre a direção do PPB -Jesse Ribeiro, presidente estadual, e Maluf- e a bancada de parlamentares e os prefeitos pepebistas. Liderados pelo deputado federal reeleito Celso Russomano, eles queriam o apoio a Alckmin ou a neutralidade.
De acordo com o PSDB, cerca de 80% dos prefeitos do PPB no Estado fazem campanha para o governador. Dos sete deputados estaduais eleitos pelo PPB, dois -Gilson de Souza e Edson Gomes- já trabalham pelo governador no interior do Estado.
Após Maluf declarar sua posição, ontem à tarde, o prefeito de Santos, Beto Mansur (PPB), disse que irá trabalhar para o tucano.
A decisão de Maluf e da executiva também criou uma cisão dentro da cúpula do PPB em São Paulo. O deputado Cunha Bueno, candidato derrotado ao Senado, foi contra o apoio a Genoino. Ele defendia a neutralidade e poderá declarar seu voto em Alckmin.
Uma das estratégias de Maluf é apostar na virada do petista, hoje atrás nas pesquisas, e assim dizer que a adesão foi importante.



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