MAURO ALBANO
DA AGÊNCIA FOLHA

A Procuradoria da República no Amapá anunciou que pedirá a cassação da candidatura da governadora Dalva Figueiredo (PT) por suspeita de uso da máquina e de desvio de verba para o financiamento de sua campanha.
Dalva disputa a reeleição contra Waldez Góes (PDT). No primeiro turno, Waldez recebeu 36,82% dos votos válidos, e Dalva, 25,31%. Nenhuma pesquisa foi divulgada no segundo turno.
Ontem, a Procuradoria entrou com ação cautelar exigindo que os bancos que manejam recursos do governo informem à Justiça Eleitoral todas as movimentações financeiras das contas estatais.
Segundo levantamento feito pelos procuradores Manoel Pastana e Celso Três, nas edições do "Diário Oficial" do Amapá dos últimos três meses, o governo remanejou R$ 61,5 milhões do Orçamento, alegando pagamento de convênios, compras e aluguéis.
A Lei Eleitoral proíbe a "transferência voluntária de recursos" nos três meses que antecedem o pleito.
"Só esse remanejamento já é motivo mais do que suficiente para pedirmos a cassação. E ainda há a suspeita de que parte do dinheiro esteja sendo usado para o financiamento da campanha", disse Pastana. O pedido de cassação deve ser feito até amanhã, segundo ele.

Outro lado
O secretário de Governo de Dalva, Edvan Borges, disse que os remanejamentos foram feitos "dentro da margem do percentual permitido legalmente à governadora fazer, conforme estava na lei orçamentária". Afirmou também que irá entrar com ação de suspeição contra um dos procuradores.


Texto Anterior: Obras: Empresa respeitou o edital, diz prefeitura
Próximo Texto: Agenda da Transição/Juros, Renda e Capital: Com FHC, bancos lucram bem mais que investidores
Índice