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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/CPI DOS CORREIOS
Governistas querem destacar participação de publicitário em campanhas tucanas, fato omitido no parecer do sub-relator Gustavo Fruet (PSDB-PR)
PT quer PSDB em relatório sobre Valério
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Petistas que integram a CPI dos
Correios estão preparando um relatório paralelo sobre a movimentação financeira do empresário
Marcos Valério de Souza, incluindo sua atuação em campanhas do
PSDB. O objetivo é alterar o parecer apresentado pelo sub-relator
de movimentação financeira, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), que deve ser votado na próxima quinta-feira.
Fruet pediu ao Ministério Público e à Polícia Federal o indiciamento de Valério e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares por
crimes como lavagem de dinheiro
e caixa dois em campanhas eleitorais, mas não mencionou esquema semelhante de financiamento
de campanha montado pelo empresário para tucanos.
O senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG) já admitiu a utilização de caixa dois em sua campanha à reeleição ao governo de Minas, em 1998. Assim como ocorreu no PT, a origem dos recursos
foram supostos empréstimos
bancários tomados por Valério.
A única alteração que será feita
por Fruet é o pedido de indiciamento do contador Marco Aurélio Prata. Ele declarou à PF que só
assinava, sem elaborar, a contabilidade das empresas de Valério.
O ponto principal do relatório
de Fruet é a sustentação de que os
empréstimos tomados por Valério e repassados ao PT foram uma
"farsa" montada para ocultar a
verdadeira origem do dinheiro.
O parecer alternativo dos petistas deve ressaltar que o empresário também tomou um empréstimo para financiar a campanha de
Azeredo. Outra semelhança é que
também foi oferecido como garantia um contrato público.
"Há omissão sistemática no relatório em relação ao período anterior a 2003. A CPI tem documentação suficiente constatando
irregularidades em campanhas
do PSDB, mas não há uma referência no documento. É inaceitável que se faça um relatório tão
parcial a ponto de comprometer
sua veracidade", disse o deputado
Carlos Abicalil (PT-MT).
Eles ainda negociarão a inclusão
desses pontos no relatório de
Fruet na forma de emendas, que
também têm de ser votadas. Se
não houver acordo, os petistas devem apresentar um substitutivo
que, se aprovado, derruba todo o
texto elaborado pelo tucano. O
governo possui maioria na comissão -a diferença é de dois votos.
O relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), concorda em incluir referências ao
depoimento de Cláudio Mourão,
ex-tesoureiro de Azeredo. O discurso dos tucanos é que, se for incluído o caso Azeredo, também
terá de ser inserido o depoimento
de Duda Mendonça, no qual o
marqueteiro afirmou ter havido
caixa dois nas campanhas petistas
de 2002, exceto a presidencial.
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