São Paulo, domingo, 22 de novembro de 2009

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Outro lado

Serviços foram prestados, dizem deputados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os deputados federais afirmaram que os serviços de que pediram reembolso foram prestados e que eventuais problemas são de responsabilidade das empresas. Os responsáveis pelas notas fiscais encontrados pela Folha também negaram irregularidades.
O deputado Marcio Junqueira (DEM-RR) reconheceu que aluga carros da empresa de seu advogado, Victor Korst. "As vezes vem gente de Roraima, aí mando deixar um carro à disposição. Os prefeitos vêm, às vezes gente doente que precisa se locomover." Korst diz que alugou dois Honda Civic, um Toyota Corolla e uma picape S10. "A empresa existe direitinho, tem contrato, está tudo na Câmara, que é rigorosa."
Severiano Alves (PMDB-BA) e Uldurico Pinto (PHS-BA) afirmaram que todo o serviço solicitado à Valente & Bueno Assessoria, que não funciona no endereço declarado, foi entregue. "Ela [a dona da Valente] é uma pessoa séria, com endereço conhecido. O serviço era de consultoria, informação, pesquisa, pareceres", disse.
A proprietária, Célia Valente, afirmou que o atual endereço da empresa é o seu escritório, em Brasília. Ela disse não reconhecer o endereço listado na Receita Federal. Afirmou que prestava principalmente consultoria jurídica aos deputados e que o serviço foi interrompido em abril (quando a Câmara passou a divulgar os gastos), por opção dos deputados.
Deputados que apresentaram notas da SC Comunicações, cuja "sede" é uma casa onde a empresa é desconhecida, afirmaram, em sua maioria, que a firma prestou serviços de assessoria de imprensa.
Segundo alguns deles, o serviço foi prestado por meio de pessoas subcontratadas. São eles: Uldurico, Jorge Khoury (DEM-BA), Edigar Mão Branca (PV-BA), José Rocha (PR-BA), Valdir Colatto (PMDB-SC), Arnaldo Vianna (PDT-RJ), Luiz Carreira (DEM-BA), Márcio Marinho (PRB-BA).
Uldurico disse que a assessoria foi jurídica. Khoury afirmou que deveria ter buscado mais informações. "Não sabia desses detalhes [o endereço fictício da empresa]." "É um profissional qualificado que prestou os serviços. Ele acompanhava as reuniões, participava, fazia informes", disse Carreira.
Os deputados que apresentaram notas da Global Express, que também não funciona no endereço informado, disseram terem feito os voos. "Se eu contrato um cara e ele te dá uma nota falsa, aí você fala assim: "O deputado arrumou uma nota fria". Peraí, o serviço que eu contratei foi entregue", disse Narcio Rodrigues (PSDB-MG).
Fábio Ramalho (PV-MG) informou o nome do piloto e a rota. Saraiva Felipe (PMDB-MG) fez o mesmo, e disse que pediu à Câmara a nota original para checar a situação da empresa.
Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) disse que irá apurar o caso. "O que eu posso garantir é que eu sou um sujeito extremamente rigoroso", afirmou.
Os outros deputados que apresentaram notas são Leonardo Quintão (PMDB-MG) e Mário de Oliveira (PSC-MG), que não se pronunciaram.
O gabinete de Zezéu Ribeiro (PT-BA) disse que o serviço prestado pela Seven Promoções, que tem endereço fictício, foi na área de informática. A empresa diz que já funcionou no endereço informado. O proprietário do imóvel nega.
A assessoria do deputado Ademir Camilo (PDT-MG) disse que ele aluga um Siena e um Doblò na Meridiano Locação de Equipamentos, especializada em aluguel de andaimes. "Os carros existem, os contratos existem, está tudo regular."
Os três deputados que apresentaram notas da Information Systems -Carlos Eduardo Cadoca (PSC-PE), Cezar Silvestri (PPS-PR) e Edgar Moury (PMDB-PE)- também disseram ter alugado os carros.
A assessoria de Tonha Magalhães (PR-BA), que contratou empresa de vigilância não autorizada a funcionar pela Polícia Federal, argumentou que a segurança prestada a ela é desarmada, o que dispensaria o aval da polícia. A PF diz que o aval é necessário.
Professor Sétimo (PMDB-MA) disse que o contrato com a Pull Comercial, cujo endereço é o de um sindicato, foi regular.


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