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Outro lado
Serviços foram prestados, dizem deputados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os deputados federais afirmaram que os serviços de que
pediram reembolso foram
prestados e que eventuais problemas são de responsabilidade
das empresas. Os responsáveis
pelas notas fiscais encontrados
pela Folha também negaram
irregularidades.
O deputado Marcio Junqueira (DEM-RR) reconheceu que
aluga carros da empresa de seu
advogado, Victor Korst. "As vezes vem gente de Roraima, aí
mando deixar um carro à disposição. Os prefeitos vêm, às
vezes gente doente que precisa
se locomover." Korst diz que
alugou dois Honda Civic, um
Toyota Corolla e uma picape
S10. "A empresa existe direitinho, tem contrato, está tudo na
Câmara, que é rigorosa."
Severiano Alves (PMDB-BA)
e Uldurico Pinto (PHS-BA)
afirmaram que todo o serviço
solicitado à Valente & Bueno
Assessoria, que não funciona
no endereço declarado, foi entregue. "Ela [a dona da Valente]
é uma pessoa séria, com endereço conhecido. O serviço era
de consultoria, informação,
pesquisa, pareceres", disse.
A proprietária, Célia Valente,
afirmou que o atual endereço
da empresa é o seu escritório,
em Brasília. Ela disse não reconhecer o endereço listado na
Receita Federal. Afirmou que
prestava principalmente consultoria jurídica aos deputados
e que o serviço foi interrompido em abril (quando a Câmara
passou a divulgar os gastos),
por opção dos deputados.
Deputados que apresentaram notas da SC Comunicações, cuja "sede" é uma casa
onde a empresa é desconhecida, afirmaram, em sua maioria,
que a firma prestou serviços de
assessoria de imprensa.
Segundo alguns deles, o serviço foi prestado por meio de
pessoas subcontratadas. São
eles: Uldurico, Jorge Khoury
(DEM-BA), Edigar Mão Branca
(PV-BA), José Rocha (PR-BA),
Valdir Colatto (PMDB-SC), Arnaldo Vianna (PDT-RJ), Luiz
Carreira (DEM-BA), Márcio
Marinho (PRB-BA).
Uldurico disse que a assessoria foi jurídica. Khoury afirmou
que deveria ter buscado mais
informações. "Não sabia desses
detalhes [o endereço fictício da
empresa]." "É um profissional
qualificado que prestou os serviços. Ele acompanhava as reuniões, participava, fazia informes", disse Carreira.
Os deputados que apresentaram notas da Global Express,
que também não funciona no
endereço informado, disseram
terem feito os voos. "Se eu contrato um cara e ele te dá uma
nota falsa, aí você fala assim: "O
deputado arrumou uma nota
fria". Peraí, o serviço que eu
contratei foi entregue", disse
Narcio Rodrigues (PSDB-MG).
Fábio Ramalho (PV-MG) informou o nome do piloto e a rota. Saraiva Felipe (PMDB-MG)
fez o mesmo, e disse que pediu
à Câmara a nota original para
checar a situação da empresa.
Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG)
disse que irá apurar o caso. "O
que eu posso garantir é que eu
sou um sujeito extremamente
rigoroso", afirmou.
Os outros deputados que
apresentaram notas são Leonardo Quintão (PMDB-MG) e
Mário de Oliveira (PSC-MG),
que não se pronunciaram.
O gabinete de Zezéu Ribeiro
(PT-BA) disse que o serviço
prestado pela Seven Promoções, que tem endereço fictício,
foi na área de informática. A
empresa diz que já funcionou
no endereço informado. O proprietário do imóvel nega.
A assessoria do deputado
Ademir Camilo (PDT-MG) disse que ele aluga um Siena e um
Doblò na Meridiano Locação
de Equipamentos, especializada em aluguel de andaimes. "Os
carros existem, os contratos
existem, está tudo regular."
Os três deputados que apresentaram notas da Information Systems -Carlos Eduardo
Cadoca (PSC-PE), Cezar Silvestri (PPS-PR) e Edgar Moury
(PMDB-PE)- também disseram ter alugado os carros.
A assessoria de Tonha Magalhães (PR-BA), que contratou
empresa de vigilância não autorizada a funcionar pela Polícia Federal, argumentou que a
segurança prestada a ela é desarmada, o que dispensaria o
aval da polícia. A PF diz que o
aval é necessário.
Professor Sétimo (PMDB-MA) disse que o contrato com a
Pull Comercial, cujo endereço
é o de um sindicato, foi regular.
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