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Serraglio reconhece ter existido um sistema de corrupção de congressistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Mais de seis meses depois de o
ex-deputado Roberto Jefferson
(PTB-RJ) denunciar um esquema
de pagamento de mesada pelo PT
a partidos aliados, o relator da
CPI dos Correios, Osmar Serraglio (PMDB-PR), foi ovacionado
ontem pela oposição ao dizer que
os resultados das investigações
atestam que "existia um sistema
de corrupção de parlamentares".
"Lamentavelmente, reconheço
que temos um sistema de corrupção de parlamentares." Em meio
a aplausos e elogios da oposição, o
relator disse que "mensalão e caixa dois são conceitos que não se
excluem" e criticou o PT por não
"depurar-se" e por não afastar os
envolvidos nas denúncias.
"Tenho o maior apreço pelo PT,
mas lamento pela forma como
vem conduzindo, no sentido de
defender o indefensável." Em coro, a oposição atacou. "Pobre coitado do presidente Lula, que não
terá mais coragem de se dirigir ao
povo brasileiro para tentar negar
aquilo que esse trabalho prova de
forma inequívoca", disse Antonio
Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
A reação de parlamentares petistas foi tímida e limitou-se a
queixas pelo fato de o relatório
não abordar o esquema de Marcos Valério para o financiamento
da campanha de reeleição do hoje
senador tucano Eduardo Azeredo
ao governo de Minas, em 1998.
"De novo os dados de 1998 não
estão no relatório apesar de os documentos já estarem na CPI", disse a senadora Ideli Salvatti (PT-SC). O PT conseguiu ontem a nomeação de Maurício Rands como
relator-adjunto da CPI, ao lado do
tucano Eduardo Paes, para tentar
buscar provas da ligação de Valério com o PSDB mineiro.
A CPI também definiu uma nova sub-relatoria, que será responsável por elaborar projetos de
combate à corrupção, encabeçada
por Onyx Lorenzoni (PFL-RS).
(SILVIO NAVARRO)
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