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Com Arruda abatido pelo mensalão, Roriz ganha no DF
Apesar de ter governo investigado, candidato do PSC venceria no primeiro turno
Governador, que não pode disputar por não ter partido, caiu de patamar entre 44% e 48%, em março, para entre 8% e 11%, mostra Datafolha
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na primeira pesquisa Datafolha depois do escândalo do
mensalão que atingiu o governo de José Roberto Arruda
(sem partido), o ex-governador
Joaquim Roriz (PSC) venceria
a disputa ao governo do Distrito Federal no primeiro turno,
se a eleição fosse hoje.
Em todos os seis cenários
testados pelo levantamento,
realizado entre os dias 14 e 18
deste mês, Roriz é o preferido
de 44% a 48% dos eleitores. Para vencer no primeiro turno é
necessário obter mais de 50%
dos votos válidos -aqueles dados aos candidatos, excluindo
brancos e nulos.
Arruda e vários aliados foram
flagrados em vídeos recebendo
maços de dinheiro -alguns escondendo as notas nas cuecas e
nas meias. O caso veio à tona no
final de novembro, e Arruda foi
forçado a se desfiliar do DEM.
Sem partido, está legalmente
impedido de disputar a reeleição e enfrenta vários pedidos
de impeachment na Câmara
Distrital.
Em março, antes do mensalão, Arruda pontuava no Datafolha 40% ou 41%, conforme o
cenário. Agora, o instituto testou seu nome para aferir a reação do eleitor de Brasília ao escândalo. Arruda teria 8% ou
11%, em dois cenários.
O Datafolha entrevistou 510
eleitores no Distrito Federal. A
margem de erro é de quatro
pontos percentuais, para mais
ou para menos.
A saída de Arruda do páreo
abriu um vácuo na sucessão ao
governo de Brasília no campo
contrário a Roriz. Nenhum político conseguiu herdar os pontos que o atual governador tinha em pesquisas passadas.
Apesar de as investigações da
Polícia Federal atingirem o governo Roriz, o ex-governador,
aparentemente, não foi afetado
perante o eleitorado.
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que governou
Brasília uma vez (1995-1998),
apareceu com apenas 17% em
um dos cenários, mas é quem
tem o melhor desempenho entre os adversários de Roriz.
No cenário com o pedetista,
Roriz tem 44%; contra 17% de
Cristovam; 9% do ex-ministro
Agnelo Queiroz, que recentemente trocou o PC do B pelo
PT; 5% do vice-governador,
Paulo Octávio (DEM); e 4% do
senador Gim Argello (PTB).
Poupado pela cúpula do
DEM, Paulo Octávio aparece
citado em várias passagens das
investigações do mensalão do
DF. Em depoimento recente
dado em São Paulo, o ex-secretário Durval Barbosa, responsável pelos vídeos e por informações do inquérito, disse que
entregou ao vice-governador
R$ 200 mil há um ano e meio.
Em um cenário sem Cristovam, que pode optar pela reeleição ao Senado, Roriz tem
46% contra 11% de Agnelo
Queiroz. Paulo Octávio tem 7%;
o deputado distrital José Antonio Reguffe (PDT), 6%; e o senador Gim Argello (PTB), 5%.
Roriz tem 17 pontos a mais que
o total dos rivais.
Roriz tem 73 anos. Já governou Brasília quatro vezes
(1988-1990; 1991-1994; 1999-2002; 2003-2006). Em 2007,
assumiu uma vaga no Senado.
Renunciou no mesmo ano para
não ser cassado, acusado de receber propina de empresários.
"O quadro sucessório nos Estados ainda pode ser bem alterado após o início da campanha, que é quando as pessoas se
informam", diz Mauro Paulino,
diretor-geral do Datafolha.
Na pesquisa espontânea
(sem lista de candidatos), Roriz
também é líder, com 23% de
menções. Arruda, apesar da crise, tem 5%, seguido por Agnelo
(2%). Paulo Octávio e Gim Argello têm 1% cada. As citações a
Cristovam não atingem 1%.
O Datafolha perguntou aos
eleitores se sabiam das eleições. Em Brasília, só 46% souberam dizer que haverá disputa
pelo governo. O número de
eleitores que dizem não saber
ainda em quem votar -ou que
votarão nulo, branco ou nenhum- chega a 28%.
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