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PAUTA EXTRAORDINÁRIA
Relatores são indicados para ministérios e deixam Câmara
Reforma ministerial atrasa projetos prioritários de Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Projetos considerados prioritários pelo governo na pauta da Câmara durante a convocação extraordinária -que custará R$ 50
milhões aos cofres públicos- ficaram ontem à mercê da reforma
ministerial do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Os relatores
do PPP (Parceria Público-Privada) e da Lei de Biossegurança estão sendo substituídos no meio da
tramitação dos projetos, antes de
apresentarem seus pareceres, para assumirem pastas no governo.
Um dos vice-líderes do PT, Paulo Bernardo (PR), recebeu um
apelo do presidente da Câmara,
João Paulo Cunha (PT-SP), às
8h45 de ontem, para que assumisse a relatoria do PPP às 10h, quando seria instalada a comissão especial para analisar o projeto.
O relator do PPP era o deputado
Patrus Ananias (PT-MG), que vai
chefiar o novo superministério da
área social. Assessores do Ministério do Planejamento se colocavam à disposição de Bernardo para ajudá-lo a se aprofundar no assunto. "Não tenho posição predeterminada sobre o projeto porque
até de manhã nem sabia que seria
o relator", disse ele.
Um dos vice-líderes do governo, deputado Professor Luizinho
(PT-SP), já admite que a votação
do PPP em plenário pode ficar para depois da convocação. "O relatório vai ser votado na comissão
na primeira semana de fevereiro e
depois no plenário, mas, se não
for votado [no plenário] agora, fica para a primeira semana após o
fim do recesso", afirmou.
Já o relator da Lei de Biossegurança era o líder do governo, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP). Ele foi escolhido para um novo ministério para aliviar as funções de José Dirceu (Casa Civil).
A relatoria deve ficar com Renildo Calheiros (PC do B-AL), vice-líder do governo. Essa opção respeita o rodízio de relatorias entre
os partidos, já que também é do
PC do B, e manteria o projeto com
alguém de confiança do Planalto.
A liderança do governo deve ser
assumida por Miro Teixeira (sem
partido-RJ), substituído no Ministério das Comunicações pelo
líder do PMDB, deputado Eunício
Oliveira (CE). José Borba (PR) assume a liderança do PMDB.
O líder do PSB, Eduardo Campos (PE), novo ministro da Ciência e Tecnologia, vai ser substituído pelo deputado Renato Casagrande (ES).
(FERNANDA KRAKOVICS e SILVIO NAVARRO)
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