DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os governadores reunidos ontem na Granja do Torto decidiram retornar a Brasília em maio para mais uma vez discutir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva as reformas previdenciária e tributária. A proposta foi feita pelo governador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) na parte final da reunião e acatada por Lula e pelos demais governadores.
"A idéia é que os governadores assinem embaixo e essa não seja apenas uma reforma do Lula, mas de todos", afirmou Jorge Viana (PT-AC). O governo espera enviar ao Congresso a reforma previdenciária em maio e a tributária no final de junho. Lula também anunciou que deverá viajar pelo país para fazer reuniões com os governadores por região.
Na saída do encontro, governadores de todos os partidos elogiaram os acordos fechados. O tucano Aécio Neves, de Minas, afirmou que existe um "caldo de cultura inédito na história do país para a realização das reformas". "Nossa geração tem uma oportunidade única para deixar uma marca perene na história", disse.
Embora tenham elogiado o acordo a respeito do princípio da cobrança de contribuição dos inativos, governadores disseram que não há concordância ainda a respeito de como isso será feito. "Não houve consenso na forma de fazer, porque existe o questionamento jurídico. Mas a vontade política existe", disse Cássio Cunha Lima (PSDB), da Paraíba.
O governador Ronaldo Lessa (PSB-AL) elogiou a disposição do governo de criar mecanismos de compensação regional para Estados mais pobres. "Essa foi uma das grandes medidas acertadas."
Não houve detalhamento de como isso será feito. Uma das idéias é utilizar descontos na Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), que incide sobre os combustíveis, para regiões mais carentes.


Texto Anterior: Estados lançam carta de apoio às reformas
Próximo Texto: Frases
Índice