DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nas conversas informais após a reunião com Lula, o tema principal dos governadores foi o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). A maior parte deles avaliou que ACM deve mesmo renunciar ao mandato em consequência dos grampos contra adversários baianos. Um dos governadores chegou a comentar que ACM entrará para a história como o único político a perder o mandado duas vezes.
Em uma das mesas do almoço, no qual foi servido churrasco pantaneiro, o governador da Bahia, Paulo Souto (PFL), aliado de ACM, lamentava a situação do seu líder político. Souto disse que era "uma pena" ACM estar ligado ao megagrampo no momento em que se recuperava da renúncia de 2001, quando deixou o mandato acusado de ser o mandante da violação do segredo do painel de votação do Senado.
Apesar de o assunto principal da parte mais informal da reunião ter sido ACM, foi mantido o mesmo clima descontraído do dia anterior. Lula disse, por exemplo, que a carne do churrasco fora fornecida pelo governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, mas que o peixe havia sido pescado por ele. Segundo o governador Ronaldo Lessa (PSB-AL), neste momento o comentário foi que Lula "contara uma história de pescador". "Com aquela bursite, como é que ela ia fisgar um peixão daquele?", brincava Lessa.
Chamou a atenção a franqueza do governador Joaquim Roriz (PMDB-DF), adversário ferrenho do PT no Distrito Federal.
Depois de afirmar que estava "cético" em relação ao resultado da reunião, o governador afirmou: "Eu achava que o senhor [Lula] não estava preparado para governar o país. E agora me convenci de que está. Apesar de todo o radicalismo do seu partido em Brasília, quero manifestar o meu apoio ao seu governo".


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Frase
Índice