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Suposto mandante vive há um ano em Anapu
DA AGÊNCIA FOLHA
O fazendeiro Vitalmiro Bastos
de Moura, 34, o Bida, principal
suspeito de ser o mandante da
morte de Dorothy Stang, está há
cerca de um ano na região de
Anapu, no Pará.
Desde o início das investigações, o fazendeiro é considerado
suspeito de participação no assassinato. Ele teve a prisão preventiva decretada no dia 13, um dia depois da morte da freira, e desde
então está foragido.
Moura reivindica a posse do loteamento 55, localizado na gleba
Bacajá, em Anapu (a 140 km de
Altamira, no Pará). A área também é reivindicada por 220 famílias de agricultores, que eram liderados pela freira, para implantação do PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Esperança.
Moura não mora em Anapu.
Sua base de atuação é Xinguara,
sul do Pará, onde também trabalha com terras. Ao chegar a Anapu, desde 2004, ele se hospeda em
hotéis da cidade antes de se dirigir
para as terras que diz serem suas.
Alto e magro, testemunhas dizem que ele sempre está usando
um chapéu de couro branco. Na
cidade ou no lote, ele usava uma
camionete Mitsubshi, avaliada
em cerca de R$ 90 mil.
Amair Feijoli da Cunha, apontado como intermediário na morte da freira, que teria contratado
os pistoleiros, é amigo de Bida
desde a adolescência. Na cidade,
testemunhas dizem que os dois
eram vistos juntos.
O advogado Augusto Septimio,
que defende o fazendeiro, disse
que ele não está mais na região e
que saiu temendo pela vida. Ele
descartou a possibilidade de
Moura se apresentar à polícia antes da conclusão dos inquéritos.
Em depoimento à Polícia Civil,
Eduardo e Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, também suspeito,
disseram que o fazendeiro faria
uma cota com outras pessoas interessadas na morte da missionária para pagá-los pelo trabalho.
Eles afirmaram também que o fazendeiro deu R$ 50 a eles para ajudar na fuga e que escondeu a arma
do crime na fazenda Boa Sorte 1,
que fica a 8 km do local do crime,
e que também pertence a ele.
Dias depois do crime, duas pessoas listadas como testemunhas
no inquérito disseram ter recebido ameaças do fazendeiro por
meio de trabalhadores rurais.
Testemunhas relataram ter visto um avião decolar de uma fazenda de amigos de Bida na tarde
em que a Dorothy foi morta.
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