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Governo deve lançar outro pacote no PA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após reunião de cerca de três
horas no Planalto, representantes
de sindicatos e ONGs do Pará ouviram do governo a promessa de
manter o efetivo de 2.000 homens
do Exército e um reforço de 60
agentes da Polícia Federal no Estado ao menos até dezembro.
Também foi prometido um pacote de medidas de regularização
fundiária de uma área de 10 milhões de hectares e a criação de
novas delegacias da PF. As promessas, relatadas por sindicalistas
ao final do encontro, não foram
confirmadas oficialmente.
Não houve participação de representantes do governo do Pará.
Segundo a legislação, para que a
União envie tropas para a segurança, o governador deve declarar
falência das forças estaduais e pedir auxílio federal -a segurança é
responsabilidade dos Estados.
A permanência das tropas até o
fim do ano foi uma reivindicação
feita ao governo, numa lista de 68
exigências, assinada por 17 entidades, entre elas a CUT (Central
Única dos Trabalhadores). O sindicalista Francisco de Assis de
Souza, o Chiquinho do PT, suspeito num primeiro momento de
ser o mandante da morte da freira
Dorothy Stang, esteve na reunião.
Chiquinho foi acusado pelo pistoleiro Rayfran Sales, o Fogoió,
em depoimento à polícia. À Polícia Federal, posteriormente, o
suspeito negou a versão
Outra exigência atendida, sempre segundo relatos, foi a liberação de recursos para a recuperação da BR-163 e para a Transamazônica. Se saírem do papel, as medidas serão o segundo pacote do
governo para o Estado, desde a
morte da missionária, no dia 12,
em Anapu. Na semana passada,
diante da pressão internacional
sobre o caso, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva criou quatro
áreas de preservação ambiental.
Na reunião, ainda de acordo
com relatos, Marina Silva (Meio
Ambiente) teria defendido que o
julgamento dos crimes no Pará
ocorresse em tribunal federal.
Amigo havia mais de 20 anos da
freira, Chiquinho, ex-vice-prefeito de Anapu e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais
local, criticou ontem a decisão do
governo de criar unidades de preservação ambiental em vez de regularizar a situação fundiária.
"Nossa pauta visa primeiramente ao problema fundiário,
que acaba sendo mais sério que
criar reserva extrativista ou parque ambiental. Porque vai mexer
com o interesse de muita gente."
(IURI DANTAS E JULIA DUAILIBI)
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