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Rodrigues adota tom conciliador e diz
que Mantega é "grande companheiro"
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na tentativa de pôr um ponto final no mal-estar criado pela notícia de que teria chamado o colega
Guido Mantega (Planejamento)
de "vagabundo", o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura)
aproveitou uma palestra ontem
para afirmar que considera Mantega "um grande companheiro".
"Recentemente, fui com o extraordinário ministro [Luiz Fernando] Furlan [Desenvolvimento], com o ministro Mantega, um
grande companheiro de trabalho,
e com a ministra Dilma Roussef
[Minas e Energia] a Nova York,
onde fizemos um seminário para
convencer investidores americanos a aplicar no Brasil", disse Rodrigues, no final de uma longa fala
sobre a agricultura no Brasil.
O mal-estar começou no sábado, quando o jornal "O Globo"
publicou que Rodrigues teria chamado Mantega de "vagabundo"
numa reunião com congressistas
na semana passada.
Ele negou que tenha xingado
Mantega, mas confirmou ter feito
um "desabafo" sobre os problemas provocados pela greve dos
fiscais agropecuários. Rodrigues
estaria tendo dificuldades para
encontrar "uma imediata solução
negociada com o Ministério do
Planejamento para a greve".
Mantega disse ontem que "não
há paralisia no governo" e que os
pedidos dos ministérios sobre
gestão de pessoal estão sendo
atendidos na medida do possível.
Ele disse que seu ministério fez
seis reuniões com o Ministério da
Agricultura para tratar da greve
dos fiscais e que ele pessoalmente
se reuniu duas vezes (em fevereiro
e março) com Rodrigues.
"Nunca se fez tanto concurso
público. As coisas estão andando", disse Mantega. Ele afirmou
que Rodrigues telefonou para ele
no sábado, negando que o tivesse
chamado de vagabundo, como
noticiou o jornal "O Globo".
No final da tarde, uma palestra
na Associação Comercial de São
Paulo acabou se convertendo em
um ato de desagravo ao ministro
da Agricultura, ex-presidente da
associação. Horacio Lafer Piva,
presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo,
lamentou que o governo tenha
"uma desarticulação que faz com
que uma série de talentos como
esse ministro [Rodrigues] acabe
não podendo dar tudo de si".
O presidente da Bolsa de Valores de São Paulo, Raymundo Magliano Filho, declarou "total apoio
ao ministro".
(RICARDO WESTIN, JOSÉ ALAN DIAS e SÍLVIA MUGNATTO)
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