São Paulo, terça-feira, 23 de março de 2004

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Rodrigues adota tom conciliador e diz que Mantega é "grande companheiro"

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Na tentativa de pôr um ponto final no mal-estar criado pela notícia de que teria chamado o colega Guido Mantega (Planejamento) de "vagabundo", o ministro Roberto Rodrigues (Agricultura) aproveitou uma palestra ontem para afirmar que considera Mantega "um grande companheiro".
"Recentemente, fui com o extraordinário ministro [Luiz Fernando] Furlan [Desenvolvimento], com o ministro Mantega, um grande companheiro de trabalho, e com a ministra Dilma Roussef [Minas e Energia] a Nova York, onde fizemos um seminário para convencer investidores americanos a aplicar no Brasil", disse Rodrigues, no final de uma longa fala sobre a agricultura no Brasil.
O mal-estar começou no sábado, quando o jornal "O Globo" publicou que Rodrigues teria chamado Mantega de "vagabundo" numa reunião com congressistas na semana passada.
Ele negou que tenha xingado Mantega, mas confirmou ter feito um "desabafo" sobre os problemas provocados pela greve dos fiscais agropecuários. Rodrigues estaria tendo dificuldades para encontrar "uma imediata solução negociada com o Ministério do Planejamento para a greve".
Mantega disse ontem que "não há paralisia no governo" e que os pedidos dos ministérios sobre gestão de pessoal estão sendo atendidos na medida do possível. Ele disse que seu ministério fez seis reuniões com o Ministério da Agricultura para tratar da greve dos fiscais e que ele pessoalmente se reuniu duas vezes (em fevereiro e março) com Rodrigues.
"Nunca se fez tanto concurso público. As coisas estão andando", disse Mantega. Ele afirmou que Rodrigues telefonou para ele no sábado, negando que o tivesse chamado de vagabundo, como noticiou o jornal "O Globo".
No final da tarde, uma palestra na Associação Comercial de São Paulo acabou se convertendo em um ato de desagravo ao ministro da Agricultura, ex-presidente da associação. Horacio Lafer Piva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, lamentou que o governo tenha "uma desarticulação que faz com que uma série de talentos como esse ministro [Rodrigues] acabe não podendo dar tudo de si".
O presidente da Bolsa de Valores de São Paulo, Raymundo Magliano Filho, declarou "total apoio ao ministro". (RICARDO WESTIN, JOSÉ ALAN DIAS e SÍLVIA MUGNATTO)


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