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OPOSIÇÃO
PSDB e PFL selam unidade em encontro com FHC e mantêm críticas ao governo
Bornhausen vê crise moral no governo
RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do PFL, senador
Jorge Bornhausen (SC), disse ontem em São Paulo que o país não
está em grandes dificuldades, mas
com uma crise moral e de autoridade no governo Lula, citando o
caso Waldomiro e a troca de acusações entre ministros. "Quando
começam a falar em pacto, fico assustado. Quem tem de resolver
esses problemas é o presidente."
As afirmações de Bornhausen
foram feitas antes de jantar oferecido pelo ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso no seu apartamento em São Paulo. Do encontro, marcado para selar a reaproximação oficial entre PSDB e PFL,
participaram ainda o presidente
do PSDB, José Serra, os líderes tucano e pefelista no Senado, Arthur Virgílio (AM) e José Agripino Maia (RN), respectivamente, o
governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), e seu secretário
de Governo, Arnaldo Madeira.
Virgílio manteve sua posição
agressiva em relação ao governo.
Questionado sobre a preocupação da oposição com a governabilidade do país, disse: "O PSDB está mais preocupado com a governabilidade do país do que o próprio presidente Lula". "Eles [o governo] não estão levando na devida conta uma crise que vai tomando proporções assustadoras,
pois, a cada momento, surge uma
novidade, um novo equívoco."
A preocupação da oposição em
relação à governabilidade vem do
próprio anfitrião do jantar, o ex-presidente FHC, que avaliaria como "precipitada" a análise de que
há uma crise geral no governo.
"A oposição precisa olhar a governabilidade sim, mas não como
o ministro José Dirceu [Casa Civil] que finge que a crise passou",
disse Virgílio. Sobre a economia,
o senador afirmou que o ministro
Antonio Palocci (Fazenda) erra,
mas também tem seus méritos.
Oposição unida
O líder do PFL no Senado defendeu, antes do jantar, a articulação
de uma oposição sem revanchismos, mas que cumpra seu papel
fiscalizador. "O papel de oposição
não é dar suporte a governo que
esteja desestabilizado. Agora, ninguém espere que o PSDB e o PFL
tentem desestabilizar o governo."
O movimento de articulação da
oposição inclui ainda o PDT do
ex-governador Leonel Brizola. Os
presidentes e lideranças de PSDB,
PFL e PDT estarão reunidos na
próxima quinta-feira, em Brasília,
para tentar fechar essa unidade.
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