São Paulo, terça-feira, 23 de março de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OPOSIÇÃO

PSDB e PFL selam unidade em encontro com FHC e mantêm críticas ao governo

Bornhausen vê crise moral no governo

RICARDO BRANDT
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse ontem em São Paulo que o país não está em grandes dificuldades, mas com uma crise moral e de autoridade no governo Lula, citando o caso Waldomiro e a troca de acusações entre ministros. "Quando começam a falar em pacto, fico assustado. Quem tem de resolver esses problemas é o presidente."
As afirmações de Bornhausen foram feitas antes de jantar oferecido pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no seu apartamento em São Paulo. Do encontro, marcado para selar a reaproximação oficial entre PSDB e PFL, participaram ainda o presidente do PSDB, José Serra, os líderes tucano e pefelista no Senado, Arthur Virgílio (AM) e José Agripino Maia (RN), respectivamente, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e seu secretário de Governo, Arnaldo Madeira.
Virgílio manteve sua posição agressiva em relação ao governo. Questionado sobre a preocupação da oposição com a governabilidade do país, disse: "O PSDB está mais preocupado com a governabilidade do país do que o próprio presidente Lula". "Eles [o governo] não estão levando na devida conta uma crise que vai tomando proporções assustadoras, pois, a cada momento, surge uma novidade, um novo equívoco."
A preocupação da oposição em relação à governabilidade vem do próprio anfitrião do jantar, o ex-presidente FHC, que avaliaria como "precipitada" a análise de que há uma crise geral no governo.
"A oposição precisa olhar a governabilidade sim, mas não como o ministro José Dirceu [Casa Civil] que finge que a crise passou", disse Virgílio. Sobre a economia, o senador afirmou que o ministro Antonio Palocci (Fazenda) erra, mas também tem seus méritos.

Oposição unida
O líder do PFL no Senado defendeu, antes do jantar, a articulação de uma oposição sem revanchismos, mas que cumpra seu papel fiscalizador. "O papel de oposição não é dar suporte a governo que esteja desestabilizado. Agora, ninguém espere que o PSDB e o PFL tentem desestabilizar o governo."
O movimento de articulação da oposição inclui ainda o PDT do ex-governador Leonel Brizola. Os presidentes e lideranças de PSDB, PFL e PDT estarão reunidos na próxima quinta-feira, em Brasília, para tentar fechar essa unidade.


Texto Anterior: Outro lado: Decisão é "ótima", afirma advogado de ex-assessor
Próximo Texto: Em nota, PFL ataca controlador-geral
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.