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Alcance de programas
divide especialistas
DA SUCURSAL DO RIO
A eficácia da focalização dos
programas de transferência de
renda divide especialistas. Para a
coordenadora setorial do departamento de desenvolvimento humano do Banco Mundial, Kathy
Lindert, os dados do IBGE mostram que os benefícios estão chegando aos mais pobres.
"Entre os que recebiam benefícios, 91% tinham renda inferior a
um salário mínimo per capita. Isso mostra que os programas brasileiros estão chegando efetivamente aos mais pobres."
Lena Lavinas, professora do
Instituto de Economia da UFRJ,
discorda de Lindert: "Há 1,9 milhão de domicílios com renda inferior a um quarto do salário mínimo per capita que não estão recebendo recursos de nenhum
programa, praticamente metade
do total de domicílios nessa faixa
de renda. São pessoas que estão
abaixo da linha de pobreza e que
deveriam ser o público-alvo".
Para Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do
Trabalho e Sociedade, a focalização poderia ser mais eficiente.
"Ainda há muita gente muito pobre que não recebe, enquanto outros menos pobres recebem. Isto
deve estar relacionado com a
questão dos cadastros feitos pelas
prefeituras, e aí a questão política
aparece. No entanto, mesmo com
boa vontade, é mais fácil achar
pessoas menos pobres do que as
que estão em situação de extrema
pobreza e, por isso mesmo, isoladas", diz.
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