São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2006

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Alcance de programas divide especialistas

DA SUCURSAL DO RIO

A eficácia da focalização dos programas de transferência de renda divide especialistas. Para a coordenadora setorial do departamento de desenvolvimento humano do Banco Mundial, Kathy Lindert, os dados do IBGE mostram que os benefícios estão chegando aos mais pobres.
"Entre os que recebiam benefícios, 91% tinham renda inferior a um salário mínimo per capita. Isso mostra que os programas brasileiros estão chegando efetivamente aos mais pobres."
Lena Lavinas, professora do Instituto de Economia da UFRJ, discorda de Lindert: "Há 1,9 milhão de domicílios com renda inferior a um quarto do salário mínimo per capita que não estão recebendo recursos de nenhum programa, praticamente metade do total de domicílios nessa faixa de renda. São pessoas que estão abaixo da linha de pobreza e que deveriam ser o público-alvo".
Para Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade, a focalização poderia ser mais eficiente. "Ainda há muita gente muito pobre que não recebe, enquanto outros menos pobres recebem. Isto deve estar relacionado com a questão dos cadastros feitos pelas prefeituras, e aí a questão política aparece. No entanto, mesmo com boa vontade, é mais fácil achar pessoas menos pobres do que as que estão em situação de extrema pobreza e, por isso mesmo, isoladas", diz.


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