São Paulo, segunda, 23 de março de 1998

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Tucano já recusou pasta

da Redação

A idéia de ter o economista José Serra à frente do Ministério da Saúde não é exatamente nova. O presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a convidá-lo para assumir a pasta em dezembro de 1996, mas Serra recusou-se a voltar ao ministério naquele momento.
Na época, havia sido derrotado na eleição municipal de São Paulo, na qual ficou atrás de Celso Pitta (PPB) e Luiza Erundina, então no PT. Sua campanha começou tarde: Serra relutava em ser candidato e só aceitou depois de forte pressão de seu partido, o PSDB.
Para concorrer, Serra deixou o posto de ministro do Planejamento, que ocupara desde o início do governo. No Planejamento, Serra era visto como uma espécie de "superministro" de FHC: reunia habilidade política e capacidade técnica.
A carreira política do paulistano da Mooca José Serra, 56, começou nos anos 60, à frente do movimento estudantil.
Formou-se em engenharia civil pela Universidade de São Paulo em 1964, mesmo ano em que foi exilado por sua atuação na UNE (União Nacional dos Estudantes). Em 72, tornou-se mestre em Economia pela Universidade do Chile e, em 76, doutor em Economia pela Cornelle University, nos EUA.
Voltou ao Brasil em 78. Seu primeiro cargo público foi o de secretário de Economia e Planejamento do Estado de São Paulo durante o governo de Franco Montoro (83-86).
Elegeu-se deputado federal pela primeira vez em 87, ainda pelo PMDB. Depois, fez parte do grupo que deixou o partido para fundar o PSDB, em 88. Já como tucano, disputou a Prefeitura de São Paulo naquele mesmo ano, quando foi derrotado por Erundina. Em 90, reelegeu-se deputado com a maior votação do Estado.
Nas eleições de 94, foi o senador mais votado do Brasil, mas logo assumiu sua vaga no Ministério. Deixou o cargo no fim de maio de 96, com a promessa de que teria lugar no governo caso não vencesse a eleição.
Quase dois anos depois, assume a saúde com a promessa de ter uma fonte permanente de recursos, que pode ser a criação de um imposto definitivo para substituir a CPMF, que deixa de ser cobrada em janeiro do ano que vem.



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