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Envolvidos preferem silenciar
da Sucursal do Rio
Silêncio e esquecimento marcam
a atitude de pessoas envolvidas direta ou indiretamente na investigação da morte de Zuzu Angel.
Em 22 de abril de 76, oito dias
após a morte da estilista, o detetive-inspetor Nelson Borges assinou
um relatório endereçado ao delegado da 15ª Delegacia de Polícia do
Rio, Gustavo Félix Pinto da Rocha.
Borges comunicava o delegado
sobre suas conversas com duas
pessoas próximas a Zuzu Angel.
Procurado pela Folha, Borges
disse que não participou da investigação e que Nelson Borges era
um homônimo.
Ao assinar o documento, porém,
ele escreveu o número de sua matrícula na Polícia Federal -era cedido à Polícia Civil. Ao ser informado do número pelo repórter,
ele reconheceu que era o seu (hoje
está aposentado) e falou.
"Isso tudo (a morte de Zuzu Angel) foi bem esclarecido no inquérito", disse Borges. "Eu não tenho
mais informações porque não estive no local."
Na época, houve grande expectativa pela emissão do laudo do
ICCE (Instituto de Criminalística
Carlos Éboli), mas, hoje, o então
diretor do instituto, Roberto de
Freitas Villarinho, diz não se lembrar do caso.
"Eu era o diretor? Não sei, eu
não me lembro disso. Era 1976?
Então eu realmente era", afirmou.
"Esse caso eu vi agora, no jornal,
não me lembro de nada. O diretor
não toma conhecimento de tudo."
Em 28 de novembro de 97, o advogado Carlos Machado Medeiros
assinou uma declaração endereçada à Comissão Especial de Mortos
e Desaparecidos do Ministério da
Justiça dizendo ter visto dois carros abalroarem o de Zuzu Angel.
Em fevereiro, depondo na comissão, Medeiros afirmou não se
lembrar do episódio. Há cerca de
três anos, ele sofreu acidente automobilístico que deixou sequelas,
como a perda parcial de memória.
(MM)
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