São Paulo, segunda, 23 de março de 1998

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Envolvidos preferem silenciar

da Sucursal do Rio

Silêncio e esquecimento marcam a atitude de pessoas envolvidas direta ou indiretamente na investigação da morte de Zuzu Angel.
Em 22 de abril de 76, oito dias após a morte da estilista, o detetive-inspetor Nelson Borges assinou um relatório endereçado ao delegado da 15ª Delegacia de Polícia do Rio, Gustavo Félix Pinto da Rocha.
Borges comunicava o delegado sobre suas conversas com duas pessoas próximas a Zuzu Angel.
Procurado pela Folha, Borges disse que não participou da investigação e que Nelson Borges era um homônimo.
Ao assinar o documento, porém, ele escreveu o número de sua matrícula na Polícia Federal -era cedido à Polícia Civil. Ao ser informado do número pelo repórter, ele reconheceu que era o seu (hoje está aposentado) e falou.
"Isso tudo (a morte de Zuzu Angel) foi bem esclarecido no inquérito", disse Borges. "Eu não tenho mais informações porque não estive no local."
Na época, houve grande expectativa pela emissão do laudo do ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), mas, hoje, o então diretor do instituto, Roberto de Freitas Villarinho, diz não se lembrar do caso.
"Eu era o diretor? Não sei, eu não me lembro disso. Era 1976? Então eu realmente era", afirmou. "Esse caso eu vi agora, no jornal, não me lembro de nada. O diretor não toma conhecimento de tudo."
Em 28 de novembro de 97, o advogado Carlos Machado Medeiros assinou uma declaração endereçada à Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos do Ministério da Justiça dizendo ter visto dois carros abalroarem o de Zuzu Angel.
Em fevereiro, depondo na comissão, Medeiros afirmou não se lembrar do episódio. Há cerca de três anos, ele sofreu acidente automobilístico que deixou sequelas, como a perda parcial de memória. (MM)



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