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Justiça em AL quer contratar 1.259
ARI CIPOLA
da Agência Folha, em Maceió
A disputa entre o governador de
Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), e os
poderes Judiciário e Legislativo no
Estado esquentou nos últimos
dias, depois que o presidente do
Tribunal de Justiça, desembargador Orlando Manso, anunciou a
contratação de 1.259 novos funcionários, por concurso, no segundo
semestre.
O TJ alagoano possui 2.000 servidores e ficará com 3.259. Com as
contratações, o desembargador vai
requerer um aumento de R$ 1,5
milhão no repasse mensal, que hoje é de R$ 5 milhões, do governo estadual para o Judiciário.
A Assembléia Legislativa também está insatisfeita com os atos
do governador, que bloqueou R$
590 mil em repasses que o Estado
deveria fazer para a Casa. A deputada Ziane Costa (PDT), presidente da Assembléia, entrou com uma
ação judicial e conseguiu uma liminar para que Lessa repassasse o
dinheiro. O governo de Alagoas recorreu.
Os recursos retidos são referentes ao pagamento do Imposto de
Renda dos servidores e do repasse
que o Legislativo tem de fazer para
o Ipaseal (Instituto de Previdência
e Assistência Social do Estado).
Lessa ameaçou também cortar os
repasses no Tribunal de Justiça, irritando o desembargador Orlando
Manso.
""O Ronaldo Lessa deve cuidar da
casa dele e deixar de se preocupar
com a dos outros. Do TJ cuido eu",
afirmou Manso.
O desembargador justificou as
contratações afirmando que muitos juízes estão tendo de trabalhar
em até três comarcas, ""o que aumenta muito o trabalho deles". Segundo Manso, a maioria das contratações será para preencher vagas de escrivães.
O governador Ronaldo Lessa irritou-se ao saber que o TJ não iria
pagar os R$ 11 milhões devidos ao
Estado, contraídos por outros presidentes. ""É um absurdo dizer que
não pagará os atrasados. Eu não
posso dizer isso ao presidente Fernando Henrique Cardoso", disse
Lessa.
Há duas semanas, após reunião
com Manso, ele afirmou que o Judiciário tinhas gorduras e chegou a
apresentar seu próprio contracheque, no valor bruto de R$ 6.300,
para criticar o teto salarial líquido
do Judiciário que é, segundo ele, de
R$ 9.800.
""Eu queria poder pagar a Justiça
que o presidente Manso quer. Mas
não adianta ter uma Justiça perfeita se não há combustível para
prender bandidos e dinheiro para
manter hospitais", afirmou Lessa.
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