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SISTEMA FINANCEIRO
Balancetes foram endereçados ao "professor Francisco"
Papéis indicam vínculo
de Lopes com consultoria
dos enviado especiais ao Rio
Um conjunto
de documentos
contendo balancetes da empresa Macrométrica e endereçado
ao "professor
Francisco" é o
mais novo indício, encontrado na
documentação apreendida na casa
do ex-presidente do Banco Central
Francisco Lopes, de que ele seguiu
ligado à Macrométrica quando estava na direção do BC.
Lopes foi fundador da Macrométrica nos anos 80 e, ao entrar para a
direção do BC, em janeiro de 1995
(como diretor), teria que deixar a
empresa. De acordo com o senador Saturnino Braga (PSB-RJ), da
CPI dos Bancos, os balancetes, referentes a "vários meses de 1998",
estavam entre os documentos encontrados na casa de Lopes.
Segundo a Folha apurou, os documentos são planilhas eletrônicas
impressas com dados de 1996 a
1998. Os valores indicam movimentações mensais que giravam
em torno de R$ 1.000 a R$ 8.000.
Essas planilhas relacionavam os
lucros de quatro razões sociais
(empresas) sob o nome Macrométrica. Havia depósitos para apenas
dois sócios: Estevão Kopschitz e
outro cujo nome não foi apurado.
Este segundo nome tinha sempre
seu extrato anotado no verso de
cada folha, com valores de retiradas e anotações manuscritas em
nome de Ciça, Stefania e outras
pessoas. Ciça é Araci Pugliese, mulher de Francisco Lopes, e Stefania
é o nome da filha do casal.
"Em princípio, me parece que
existe um envolvimento generalizado de todos os nomes que vocês
(os jornalistas) têm falando", disse
o senador João Alberto (PMDB-MA), relator da CPI.
Ele acabara de examinar parte
dos documentos apreendidos pela
Procuradoria da República e pela
PF nas casas de Lopes e Salvatore
Cacciola, dono do Banco Marka, e
nas sedes da Macrométrica e dos
bancos Marka e FonteCindam.
Segundo o procurador da República Davy Lincoln Rocha, o material encontrado até agora na casa
de Lopes com referências à Macrométrica indica que ele pode ter cometido improbidade administrativa ao acumular cargo no BC com a
direção de fato de uma empresa
prestadora de serviços ao mercado
financeiro -que tem o próprio BC
entre seus clientes. Segundo ele, a
improbidade administrativa é crime civil, não passível de punição
penal.
(CHICO SANTOS, FERNANDO
RODRIGUES e RICARDO GALHARDO)
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