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Governo nomeará grupo de juristas para mudar LSN
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O ministro José Gregori (Justiça) disse ontem que o governo vai nomear uma comissão
de três juristas de renome nacional para propor uma lei que
substitua a Lei de Segurança
Nacional.
Segundo Gregori, esta comissão vai fazer um estudo sobre a
vigência atual da LSN. O ministro afirmou que uma parte da
lei está em desacordo com a
Constituição de 1988.
"Vamos fazer um estudo sobre esta lei e ao mesmo tempo
propor uma lei de defesa de estado democrático de direito, e
não uma lei de segurança nacional", afirmou.
Gregori afirmou que o governo vai tratar das modificações
da LSN "lateralmente" ao Plano Nacional de Segurança Pública, que está sendo elaborado
há dois meses.
O ministro participou ontem
de uma reunião no Planalto
com os ministros Pedro Parente (Casa Civil), Aloysio Nunes
Ferreira (Secretaria Geral da
Presidência da República) e general Alberto Cardoso (Gabinete de Segurança Institucional) para discutir o plano.
Gregori disse que, durante a
reunião, os ministros apresentaram sugestões. A proposta de
consenso, segundo ele, deve ser
fechada em um próximo encontro que será marcado até o
final do mês.
"Estabelecido o consenso, vamos levar (a proposta) para o
presidente que vai bater o martelo", afirmou.
Entre as propostas em análise
no governo está o fortalecimento da Secretaria de Segurança Pública do Ministério da
Justiça, que pode passar a comandar a Senad (Secretaria
Nacional Antidrogas) -hoje
sob a alçada do Gabinete da Segurança Institucional- e a Polícia Federal. Poderia ser transferido também para a secretaria o recém-criado Subsistema
de Inteligência de Segurança
Pública, ligado à Abin (Agência
Brasileira de Inteligência).
Com isso, o subsistema
-que integra órgãos do governo federal, os Estados e os municípios- perderia o caráter
militar e deixaria de ser associado ao extinto SNI.
O general Cardoso disse ontem que o governo não cogita
criar uma Guarda Nacional,
como chegou a ser veiculado
na semana passada.
Gregori disse que divulgação
do plano deve acontecer "provavelmente" depois do dia 5 de
junho, quando o presidente retornar de sua viagem à Europa.
O ministro disse que não há
risco de o governo interferir diretamente no poder dos Estados. "No momento, o governo
está empenhado em fazer valer
as leis deste país."
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