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No Planalto, Alencar
poupa BC de críticas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de dois dias de críticas
ao Banco Central e à política econômica, o vice-presidente José
Alencar, que ontem assumiu a
Presidência interinamente, deu
uma trégua ao governo. Evitou falar sobre juros e concentrou sua
agenda no atendimento a políticos de seu partido, o PL, e a empresários de Minas Gerais.
Em seu único evento público do
dia, o lançamento de um plano
para revitalização do setor ferroviário, pela manhã, Alencar evitou declarações públicas a respeito das taxas de juros. Não comentou nem mesmo a saída do diretor
de Política Monetária do Banco
Central, Ilan Goldfajn.
"Tudo o que eu tinha para falar
já falei. Hoje é dia de falar sobre
ferrovias, estamos fazendo uma
estrada de ferro. Vocês têm de
respeitar o fato de hoje eu assumir
a Presidência", disse Alencar aos
jornalistas. Sua única referência
ao assunto foi negar que tenha sido advertido pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva a ser mais
moderado nas críticas. "Isso não
aconteceu", disse.
Lula e Alencar chegaram juntos
à cerimônia, realizada no Palácio
do Planalto, depois de terem se
encontrado no gabinete presidencial.
Questionado se iria tomar alguma medida para reativar a economia durante sua interinidade, que
dura até domingo, Alencar fez
piada: "Tomar medida? Vou é tomar um café".
O primeiro compromisso foi receber empresários mineiros. Depois, esteve com políticos de
Goiás e Paraíba. No fim da tarde,
concedeu audiências à Associação Nacional do Ministério Público e a empresários cearenses.
(FÁBIO ZANINI)
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