São Paulo, domingo, 23 de maio de 2004

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Índios elegeram 88 candidatos no último pleito

DA AGÊNCIA FOLHA

Nas eleições de 2000, 88 índios foram eleitos, segundo o Cimi (Conselho Indigenista Missionário): um prefeito, sete vices e 80 vereadores. A Funai (Fundação Nacional do Índio) diz que dois prefeitos índios foram eleitos. A divergência ocorre porque a prefeita de Uiramutã (RR), a macuxi Florany Mota (PT), 31, não é considerada índia pelo Cimi.
Mota se diz índia, mas, segundo o Cimi, não é reconhecida como tal pelos povos da região. Diz o Cimi que ela, que tentará a reeleição, tem lutado contra a demarcação das terras indígenas. Ela afirma que o Cimi não a considera índia por "preconceito": "A partir do momento que me posicionei contra a homologação contínua da reserva Raposa/Serra do Sol, deixei de ser índia para as lideranças dos grupos contrários ao meu posicionamento". A Funai a considera índia porque ela é reconhecida como tal por sua comunidade.
Em Baía da Traição (PB), o potiguara Marcos Antônio dos Santos está terminando seu segundo mandato, pelo PT. Segundo o Cimi, a gestão na cidade é um exemplo de "boa administração".
Segundo o cientista político Egon Heck, do Cimi, há dois processos que movem as candidaturas dos índios. Um é a participação individual do índio em partidos com aspiração a cargos; o outro não tem conotação partidária: "Tem ocorrido cada vez mais movimentos articulados pelos indígenas para lançar candidatos, de forma a terem mandatos vinculados à causa indígena". (PAULO PEIXOTO e JOSÉ EDUARDO RONDON)


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