São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 2005

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ESQUERDA NO DIVÃ

Economista atribuiu quadro a era FHC

Governo Lula tem "pequeno raio de manobra", diz Conceição Tavares

DA SUCURSAL DO RIO

Embora reconheça que a taxas de juros "estão muito altas" ao ponto de atrapalharem "daqui a pouco" a continuidade dos programas sociais do governo, a economista Maria de Conceição Tavares afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem um "pequeno raio de manobra", que o impede de mudar a condução da política monetária.
Tal situação, diz, é fruto do pesado endividamento interno e externo do país e teve sua origem no governo FHC (1995-2002).
"Eles [do governo FHC] fizeram o que fizeram e deixaram tudo amarrado. Sabe o que é amarrado? Isso porque há uma dívida externa desse tamanho e uma dívida interna desse tamanho que não permite botar eu ou alguns dos meus contemporâneos lá [na presidência do Banco Central]. Vai botar o [senador a Aloizio] Mercadante no Banco Central?", indagou a economista.
Ela participou anteontem de palestra na série Amigos para Sempre - Maria da Conceição Tavares fala sobre Celso Furtado, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.
Conceição repetiu várias vezes que Furtado, seu mestre e amigo morto em 2004, foi o primeiro apontar o "pequeno raio de manobra" de Lula. Ela disse que, depois, passou a compartilhar da mesma visão. Para Conceição, professora emérita do Instituto de Economia da UFRJ, petista e amiga do presidente Lula, uma alteração na política monetária não é uma questão de "vontade política" do governo atual.
(PEDRO SOARES)


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