São Paulo, terça-feira, 23 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Kroll e banqueiro negam ter cedido dossiê a revista

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O banqueiro Daniel Dantas e a empresa de investigação Kroll enviaram à Polícia Federal ofícios nos quais dizem não ser responsáveis por alimentar a revista "Veja" com um dossiê que traz informações relativas a supostas contas bancárias de autoridades no exterior.
Entre os correntistas apontados na reportagem está o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, com a ressalva de que a revista afirma que não teve meios legais para checar a veracidade das informações publicadas na edição da semana passada.
A PF instaurou inquérito para apurar a veracidade dos dados e, se falsos, a responsabilidade pela montagem do dossiê.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a PF disse ter convidado para prestar depoimento, como testemunhas, o jornalista Márcio Aith e o colunista Diogo Mainardi. Eles escreveram sobre as supostas contas e atribuíram a Dantas a responsabilidade pelo dossiê. Ainda conforme a PF, diante do convite, Aith e Mainardi disseram que somente poderão se apresentar para prestar depoimento na primeira semana de junho.
O dossiê que enumera as supostas contas ilegais aponta entre os correntistas o senador Romeu Tuma (PFL-SP) e o diretor-geral da PF, delegado Paulo Lacerda. Tuma colocou seu sigilo bancário à disposição da PF e, em ofício, pede o aprofundamento das investigações.

Lacerda
Em novembro do ano passado, o diretor-geral da PF, ao tomar conhecimento de boatos relativos ao dossiê, expediu ofícios para nove departamentos do órgão pedindo a apuração sobre a existência de uma conta bancária a ele atribuída no exterior. Lacerda afirma tratar-se de um homônimo e tem dito que irá processar a revista.
Como resultado preliminar da investigação da PF sobre seu diretor-geral, foi identificado nos registros da agenda do doleiro Antonio Carlos Claramunt, o Toninho da Barcelona, que está preso, uma referência a uma pessoa chamada "PA Lacerda". Trata-se de um corretor de imóveis. Ouvido pela PF, no dia 2 de dezembro de 2005, ele afirmou ter feito transações financeiras com Barcelona quando recebia moeda estrangeira de seus clientes.


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Comissão isenta Bastos de suspeita
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.