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MINISTÉRIO
Seligman, que foi interino do ministério, continua no governo
Secretário-executivo deixa
cargo com a posse de Iris
da Sucursal de Brasília
O ministro Iris Rezende (Justiça)
praticamente demitiu o secretário-executivo do ministério, Milton Seligman, durante seu discurso de posse, no início da tarde de
ontem.
"O presidente Fernando Henrique Cardoso me disse: você pode
aproveitar quem quiser no ministério, menos o doutor Seligman,
porque eu preciso dele em posições muito importantes para o
país", disse o ministro.
A declaração foi feita pouco depois do discurso de boas-vindas
feito pelo próprio Seligman. "Esta
casa lhe espera entusiasmada e
confiante no novo líder. Este ministério está nas mãos de um grande brasileiro."
Segundo a assessoria de imprensa do ministério, Seligman já havia
sido informado por Iris de que teria de deixar o cargo.
Apoio
FHC espera que a posse de Iris
Rezende e de Eliseu Padilha
(Transportes) consolide o apoio
do PMDB ao seu governo. Essa expectativa ficou clara no discurso
do próprio presidente durante a
posse.
Iris e Padilha também expressaram fidelidade e disposição de ajudar o governo. Os dois ministros
fizeram discursos recheados de intenções para "articular" as ações
políticas do governo e apoiarem o
ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos).
FHC disse no discurso o que espera dos novos ministros: "Vossas excelências são homens de partido, que se juntam ao governo para ajudar o país. Os legítimos acordos políticos com os partidos
atuantes no Congresso foram feitos pensando sempre em viabilizar
as reformas."
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), interpretou
as palavras do presidente: "O presidente disse que estava nomeando os ministros para agregar o
PMDB e facilitar a aprovação das
reformas".
Participação
Padilha expressou o significado
da sua nomeação: "Materializo
aqui a participação de meu partido, o PMDB, em um governo que
está transformando a realidade
nacional".
Mais adiante, completou: "O
PSDB e o PMDB têm sua própria
identidade. Mas estamos prontos a
sustentar administrativa e politicamente suas propostas de avanços e garantias da estabilidade".
A poucos metros dos novos ministros estavam os nove governadores do PMDB. Eles receberam
um convite especial do presidente
da Câmara, Michel Temer
(PMDB-SP), que procurou fazer
da cerimônia de posse um ato de
demonstração de unidade do partido.
O discurso de Iris ontem em nada lembrou as declarações feitas
pelo então senador goiano no final
de janeiro, às vésperas da votação
da emenda da reeleição na Câmara
dos Deputados.
Iris defendia o adiamento da votação na Câmara até que ocorresse
a eleição para a presidência do Senado.
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