São Paulo, sexta, 23 de maio de 1997.



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MINISTÉRIO
Seligman, que foi interino do ministério, continua no governo
Secretário-executivo deixa cargo com a posse de Iris

da Sucursal de Brasília

O ministro Iris Rezende (Justiça) praticamente demitiu o secretário-executivo do ministério, Milton Seligman, durante seu discurso de posse, no início da tarde de ontem.
"O presidente Fernando Henrique Cardoso me disse: você pode aproveitar quem quiser no ministério, menos o doutor Seligman, porque eu preciso dele em posições muito importantes para o país", disse o ministro.
A declaração foi feita pouco depois do discurso de boas-vindas feito pelo próprio Seligman. "Esta casa lhe espera entusiasmada e confiante no novo líder. Este ministério está nas mãos de um grande brasileiro."
Segundo a assessoria de imprensa do ministério, Seligman já havia sido informado por Iris de que teria de deixar o cargo.
Apoio
FHC espera que a posse de Iris Rezende e de Eliseu Padilha (Transportes) consolide o apoio do PMDB ao seu governo. Essa expectativa ficou clara no discurso do próprio presidente durante a posse.
Iris e Padilha também expressaram fidelidade e disposição de ajudar o governo. Os dois ministros fizeram discursos recheados de intenções para "articular" as ações políticas do governo e apoiarem o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos).
FHC disse no discurso o que espera dos novos ministros: "Vossas excelências são homens de partido, que se juntam ao governo para ajudar o país. Os legítimos acordos políticos com os partidos atuantes no Congresso foram feitos pensando sempre em viabilizar as reformas."
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), interpretou as palavras do presidente: "O presidente disse que estava nomeando os ministros para agregar o PMDB e facilitar a aprovação das reformas".
Participação
Padilha expressou o significado da sua nomeação: "Materializo aqui a participação de meu partido, o PMDB, em um governo que está transformando a realidade nacional".
Mais adiante, completou: "O PSDB e o PMDB têm sua própria identidade. Mas estamos prontos a sustentar administrativa e politicamente suas propostas de avanços e garantias da estabilidade".
A poucos metros dos novos ministros estavam os nove governadores do PMDB. Eles receberam um convite especial do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que procurou fazer da cerimônia de posse um ato de demonstração de unidade do partido.
O discurso de Iris ontem em nada lembrou as declarações feitas pelo então senador goiano no final de janeiro, às vésperas da votação da emenda da reeleição na Câmara dos Deputados.
Iris defendia o adiamento da votação na Câmara até que ocorresse a eleição para a presidência do Senado.



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