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SISTEMA FINANCEIRO
Queda da inflação provocou onda de quebradeira desde julho de 1995, quando o plano foi lançado
BC intervém em 191 instituições no Real
da Sucursal de Brasília
As quebras de instituições financeiras se intensificaram após a implantação do Plano Real, em julho
de 1994. O Banco Central promoveu 191 intervenções em menos de
cinco anos, o que significa, em média, uma a cada dez dias.
Com 51 intervenções, os bancos
foram os mais atingidos pela onda
de quebradeira provocada pela
queda da inflação, aperto monetário e crises internacionais.
O Plano Real deu o primeiro
aperto no sistema logo na sua implantação, em 1º de julho de 1994,
quando obrigou os bancos a recolher ao BC, sem receber nenhuma
remuneração, 100% dos novos depósitos à vista (em contas correntes). Antes, o depósito compulsório estava fixado em 48%.
Foi uma medida preventiva para
evitar a explosão do crédito e consumo. A equipe econômica temia
que, com o fim da inflação, aumentassem os depósitos à vista, e os
bancos dirigissem esse dinheiro
para financiar o consumo.
O aperto monetário foi relativamente eficaz para restringir o crédito, mas também feriu mortalmente pequenos bancos -os primeiros a cair depois do Real, com
sete intervenções no segundo semestre de 1994.
Em dezembro daquele ano, a
equipe econômica promoveu o
primeiro afrouxamento no compulsório sobre os depósitos à vista,
procurando evitar novas quebras.
A segunda leva de intervenções
foi em 30 de dezembro de 1994,
com três bancos estaduais: Banespa, Banerj e Banco de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte.
De forma geral, as quebras de
bancos estaduais decorriam de financiamentos concedidos a Estados, bem antes do Plano Real. Mas
os problemas só começaram a aparecer mais claramente com o início
da queda da inflação.
Ganhos fáceis
A inflação alta proporcionava ganhos relativamente fáceis para os
bancos, pois corroía o valor dos
depósitos à vista e promovia a
transferência de recursos de clientes para instituições financeiras.
Outros quatro bancos estaduais
sofreram intervenções no primeiro semestre de 1995.
A crise do sistema financeiro começou a assumir proporções alarmantes em 11 de agosto de 1995,
com a liquidação do Banco Econômico -o primeiro grande banco a
cair depois do Plano Real.
Três meses depois, foi a vez do
Nacional. Juntos, esses dois bancos tinham R$ 17,981 bilhões em
passivos (depósitos de clientes e
empréstimos tomados).
A quebra de bancos de grande
porte motivou a criação do Proer
(programa de socorro aos bancos),
em novembro de 1995.
Após o Proer injetar R$ 21 bilhões no socorro de sete bancos, o
número de intervenções diminuiu.
Em 1997, o Bamerindus foi o último grande banco a quebrar, com
um passivo de R$ 12,625 bilhões.
O número de intervenções teve
seu pico no Plano Real, em 1995,
quando 54 instituições fecharam
suas portas. No ano seguinte, 1996,
quebraram 23 bancos. O número
subiu para 45 em 1997, mas somente porque a CPI dos Precatórios provocou o fechamento de 24
instituições. No ano passado o número de intervenções caiu para 18.
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