São Paulo, sábado, 23 de junho de 2007

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Renan nega crise institucional no Senado e paralisia

Investigado pelo Conselho de Ética, presidente da Casa diz não ter mais o que explicar e que já apresentou todas as provas

Peemedebista cita como exemplo da normalidade no Senado a votação de duas medidas provisórias ao longo da última semana


Leonardo Wen/Folha Imagem
Renan Calheiros (PMDB-AL), que ontem presidia sessão esvaziada no plenário do Senado


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que não haverá "paralisia" na Casa enquanto o Conselho de Ética analisa o processo contra ele. "Não vou permitir que o Senado entre em uma crise institucional. Quem pensa assim está profundamente enganado."
"Estou tranqüilo, apenas cumprindo o meu papel. Não há mais o que explicar. Já apresentei todas as provas", disse Renan, que repetiu o discurso em todas as entrevistas que deu nesta semana.
O Conselho de Ética apura a denúncia de que o dinheiro usado pelo senador para pagar pensão a Mônica Veloso, com quem tem uma filha, pode ter vindo de uma empreiteira. Ele alega que obteve o recurso a partir da venda de gado, mas a documentação apresentada por Renan, analisada pela Polícia Federal a pedido do conselho, apresenta incongruências.
Para Renan Calheiros, o Senado funciona em ritmo normal. "Votamos duas medidas provisórias nesta semana, estamos recebendo chefes de Estado. Comissões funcionam normalmente e semana que vem votaremos mais MPs."
Anteontem, Renan disse que não deixará a presidência do Senado e classificou de "esquizofrênico" o processo que sofre na Comissão de Ética por quebra de decoro parlamentar.
"Ontem [quarta-feira] eu disse que essa coisa de renúncia não fazia parte do meu dicionário. É mais do que uma questão gramatical. É uma questão de personalidade. Eu não permitirei que levem o Senado a uma crise institucional. Por isso, não arredarei o pé", disse.
Durante as últimas semanas, os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Jefferson Peres (PDT-AM) sugeriram diretamente a Renan que se afastasse do cargo para dar mais liberdade às investigações.
Na última quarta-feira, Simon chegou a pedir que Renan renunciasse ao cargo de presidente da Casa, para "honrar sua história política".
As denúncias contra Renan começaram no final de maio, quando a revista "Veja" publicou uma reportagem afirmando que o lobista da empreiteira Mendes Júnior Cláudio Gontijo pagava mensalmente cerca de R$ 16.500 em espécie a Mônica Veloso.
Renan negou as informações e alegou que o dinheiro pago à jornalista era proveniente de "rendimentos agropecuários", e que Gontijo, com quem teria uma amizade de mais de 20 anos, era apenas ao intermediador. (FELIPE SELIGMAN)


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