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Entidade recebeu R$ 1,5 milhão
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA
Dos 2,2 milhões do Projeto Alvorada investidos no Rio Grande
do Norte, R$ 1,5 milhão foi depositado na conta da ACT, entidade
idealizada pela gerente de projetos do Ministério da Integração
Nacional, Eleonora Barreto.
De acordo com a segunda-secretária da ACT, Edna Azevedo,
Eleonora não foi apenas a "idealizadora, como já fez muitos trabalhos para a entidade". Eleonora
foi coordenadora de Desenvolvimento Social do Rio Grande do
Norte na gestão de três secretários
de Trabalho e Ação Social: deputado federal Iberê Ferreira de Souza (PTB-RN), patrono da ACT;
Luiz Alberto Ferreira de Souza,
primo de Iberê e presidente da
Associação (conforme documento assinado no dia 30 de maio); e
Lauro Bezerra, irmão do senador
Fernando Bezerra (PTB-RN).
De chefe de Eleonora na Secretaria de Ação Social, Luiz Fernando passou a subordinado. Hoje,
ele é gerente de Estratégia do
Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) no
Nordeste e trabalha na secretaria
que substitui a Sudene. O Pnud é
um dos programas coordenados
por Eleonora na Secretaria Especial do ministério, órgão que assumiu as funções da Sudene até a
criação da Adene (Agência do Desenvolvimento do Nordeste).
A ACT tem 15 anos e seis funcionários, segundo a pessoa que
se apresenta como presidente da
associação, Orlando Barreto.
Além da sede, em Santa Cruz, a
entidade possui três unidades onde estão sendo dados treinamentos de confecção de roupas a cerca
de 800 moradores do município.
Na parede de cada uma das unidades da ACT encontra-se uma
foto do deputado Iberê Ferreira.
Há outras associações que receberam verbas da Sudene. A Associação Comunitária de Umbuzeiro, em Santa Cruz, não tem sede e
telefone próprios. "Funciona,
temporariamente, na creche Dona Nanita", afirma sua presidente,
Maria Odete Dantas. A creche
também não tem sede própria:
funciona, temporariamente, em
um prédio da Prefeitura de Santa
Cruz. No local existe um posto de
resfriamento de leite do Estado.
Mesmo sem sede e telefone próprios, a ACU recebeu da Sudene
R$ 73,8 mil -recursos do Projeto
Alvorada- para que a entidade
"implante um programa de desenvolvimento comunitário em
municípios com baixo IDH em
microrregiões do Nordeste".
Odete Dantas diz que não usa de
influência política: "Tenho intimidade para procurar Eleonora".
A cerca de 400 quilômetros de
Santa Cruz, em Pau dos Ferros,
funciona a Associação Beneficente Joana Mirim, entidade que recebeu da Sudene R$ 20 mil para
promover um treinamento para
vereadores eleitos em 2000.
O dinheiro vem do Programa de
Capacitação de Recursos Humanos para o Planejamento e Gestão
da Região. No parecer da Procuradoria da extinta Sudene, os técnicos questionaram se o convênio
atendia ao objetivo do programa.
A tesoureira da associação, vereadora licenciada e secretária de
Ação Social do município, Maria
do Socorro Pontes Feitosa (PPB),
contou que com o dinheiro foram
capacitados 63 vereadores em um
seminário sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, que durou dois
dias. "Gastamos os R$ 20 mil nos
dois dias", afirmou Socorro.
(EA)
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