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OUTRO LADO
Atitudes de antropóloga não são coerentes, diz ministro
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro Paulo Renato Souza,
da Educação, se defende das críticas feitas por Eunice Durham argumentando que os dados mostram uma realidade diferente da
apresentada pela antropóloga.
"A proporção de alunos das redes pública e privada no ensino
superior está constante desde os
anos 80, com cerca de 40% dos estudantes vindos da rede pública."
Segundo Paulo Renato, de 1980
até 1994, o crescimento nas universidades federais esteve praticamente estagnado. De 1994 até
2000, o aumento foi de aproximadamente 35% no número de alunos nessas instituições.
"Houve também um aumento
grande nas universidades particulares, mas ele está longe de ser
desmesurado. Expandir o sistema
é uma necessidade do Brasil, mas
isso está sendo feito com qualidade. Foi para garantir a qualidade
que criamos um sistema de avaliação. O argumento de que é preciso barrar o crescimento é elitista", afirma o ministro.
Paulo Renato defende o trabalho das comissões de avaliação.
"Pode haver uma arbitrariedade
aqui ou ali, mas as comissões são
formadas por técnicos independentes e competentes."
O ministro cita também estatísticas que mostram que as notas de
cursos novos no provão costumam ser melhores do que as de
cursos antigos. Isso prova, de
acordo com ele, que a criação de
novos cursos não está prejudicando a qualidade do ensino.
Quanto às brigas na Justiça que
o MEC perdeu, Paulo Renato diz
que não é culpa do ministério o
fato de ter sido criada uma "indústria de liminares" no país.
"Além de lutar contra algumas
instituições, nós fixamos regras
que tornaram mais claras as medidas para abertura de cursos."
Sobre o decreto publicado no
início do mês, o ministro diz que
uma das inovações trazidas foi a
separação, mais clara, das funções
do ministério e do conselho.
"Demos uma função mais nobre ao conselho. O ministério vai
agir de acordo com as regras do
conselho e este tratará dos casos
mais importantes, como a abertura de cursos na área médica e o
credenciamento de universidades
e centros universitários."
Paulo Renato afirma ainda que
"não entende" as atitudes de Eunice. "Não são coerentes. No episódio em que o ministério quis o
fechamento do curso de direito da
Faculdade Brasileira de Ciências
Jurídicas, ela foi uma das que
mais lutou no conselho contra o
fechamento. Eu tenho também
uma carta manuscrita dela em
que ela defende mudanças que estão presentes no decreto que publicamos recentemente."
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