São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2001

Texto Anterior | Índice

OUTRO LADO
Atitudes de antropóloga não são coerentes, diz ministro

DA SUCURSAL DO RIO

O ministro Paulo Renato Souza, da Educação, se defende das críticas feitas por Eunice Durham argumentando que os dados mostram uma realidade diferente da apresentada pela antropóloga.
"A proporção de alunos das redes pública e privada no ensino superior está constante desde os anos 80, com cerca de 40% dos estudantes vindos da rede pública."
Segundo Paulo Renato, de 1980 até 1994, o crescimento nas universidades federais esteve praticamente estagnado. De 1994 até 2000, o aumento foi de aproximadamente 35% no número de alunos nessas instituições.
"Houve também um aumento grande nas universidades particulares, mas ele está longe de ser desmesurado. Expandir o sistema é uma necessidade do Brasil, mas isso está sendo feito com qualidade. Foi para garantir a qualidade que criamos um sistema de avaliação. O argumento de que é preciso barrar o crescimento é elitista", afirma o ministro.
Paulo Renato defende o trabalho das comissões de avaliação. "Pode haver uma arbitrariedade aqui ou ali, mas as comissões são formadas por técnicos independentes e competentes."
O ministro cita também estatísticas que mostram que as notas de cursos novos no provão costumam ser melhores do que as de cursos antigos. Isso prova, de acordo com ele, que a criação de novos cursos não está prejudicando a qualidade do ensino.
Quanto às brigas na Justiça que o MEC perdeu, Paulo Renato diz que não é culpa do ministério o fato de ter sido criada uma "indústria de liminares" no país. "Além de lutar contra algumas instituições, nós fixamos regras que tornaram mais claras as medidas para abertura de cursos."
Sobre o decreto publicado no início do mês, o ministro diz que uma das inovações trazidas foi a separação, mais clara, das funções do ministério e do conselho.
"Demos uma função mais nobre ao conselho. O ministério vai agir de acordo com as regras do conselho e este tratará dos casos mais importantes, como a abertura de cursos na área médica e o credenciamento de universidades e centros universitários."
Paulo Renato afirma ainda que "não entende" as atitudes de Eunice. "Não são coerentes. No episódio em que o ministério quis o fechamento do curso de direito da Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas, ela foi uma das que mais lutou no conselho contra o fechamento. Eu tenho também uma carta manuscrita dela em que ela defende mudanças que estão presentes no decreto que publicamos recentemente."


Texto Anterior: Mudanças ocorreram após acusações
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.