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São Paulo, quarta-feira, 23 de julho de 2003

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Presidente evita fazer críticas aos juízes grevistas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a cúpula do governo decidiram não reagir diretamente à ameaça de greve do Judiciário, deixando o enfrentamento para o STF (Supremo Tribunal Federal), a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o Congresso e o PT.
Em reunião no Palácio do Planalto, na segunda-feira à noite, Lula, os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (Comunicações) e parlamentares aliados acertaram o discurso unificado: o problema é dos Estados, pois os juízes que ameaçam greve são estaduais.
O principal motivo para a greve é o subteto estadual estabelecido na reforma, de 75% (e não 90,25%) do salário dos ministros do STF.
Conforme a Folha apurou, a principal decisão do Planalto foi "tirar Lula da linha de frente" do confronto. A própria data marcada para a greve, 5 a 12 de agosto, ajuda a estratégia -Lula estará na África nesses dias.
Ainda na avaliação do Planalto, ninguém no país entende mais de greves do que o próprio PT, e o mais importante é demonstrar aos líderes do movimento e à opinião pública que governo e Congresso "não se sentem intimidados", ou seja, o projeto de reforma não será mexido devido à pressão.
Na reunião, Lula e o Planalto já sabiam que o principal temor político estava afastado: o presidente do STF, Maurício Corrêa, não estimularia a greve.
(ELIANE CANTANHÊDE)


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