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Presidente evita
fazer críticas aos
juízes grevistas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e a cúpula do
governo decidiram não reagir diretamente à ameaça de
greve do Judiciário, deixando o enfrentamento para o
STF (Supremo Tribunal Federal), a OAB (Ordem dos
Advogados do Brasil), o
Congresso e o PT.
Em reunião no Palácio do
Planalto, na segunda-feira à
noite, Lula, os ministros José
Dirceu (Casa Civil) e Luiz
Gushiken (Comunicações) e
parlamentares aliados acertaram o discurso unificado:
o problema é dos Estados,
pois os juízes que ameaçam
greve são estaduais.
O principal motivo para a
greve é o subteto estadual estabelecido na reforma, de
75% (e não 90,25%) do salário dos ministros do STF.
Conforme a Folha apurou,
a principal decisão do Planalto foi "tirar Lula da linha
de frente" do confronto. A
própria data marcada para a
greve, 5 a 12 de agosto, ajuda
a estratégia -Lula estará na
África nesses dias.
Ainda na avaliação do Planalto, ninguém no país entende mais de greves do que
o próprio PT, e o mais importante é demonstrar aos
líderes do movimento e à
opinião pública que governo
e Congresso "não se sentem
intimidados", ou seja, o projeto de reforma não será mexido devido à pressão.
Na reunião, Lula e o Planalto já sabiam que o principal temor político estava
afastado: o presidente do
STF, Maurício Corrêa, não
estimularia a greve.
(ELIANE CANTANHÊDE)
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