DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A pesquisa Datafolha divulgada ontem frustra o comando da campanha de Geraldo Alckmin e põe em xeque a autonomia do coordenador de comunicação, o jornalista Luiz Gonzalez. Enterrada a expectativa de crescimento após o início do programa eleitoral, cresce a pressão para que Alckmin adote um tom mais contundente.
A estratégia adotada e avalizada por Alckmin, que começa pela apresentação biográfica até chegar na crítica, vinha sendo bombardeada por pefelistas e tucanos. Para a campanha, o ideal era que Alckmin esboçasse alguma reação, credenciando-se como desafiante de Lula.
Apesar disso, o comando da campanha relatou alívio. A oscilação positiva, ainda que sutil (um ponto percentual), reverte a tendência de queda.
Os coordenadores da campanha temiam que uma nova queda tirasse a autoridade da cúpula do PSDB e do PFL para cobrar engajamento dos candidatos nos Estados.
No PT, a avaliação de integrantes da coordenação da campanha de Lula é que o programa na TV organizou os argumentos de defesa do governo. Isso explicaria a avaliação positiva alcançada.
Eles crêem ainda que a pesquisa tende a fortalecer a ala do PFL que defende ataques mais incisivos contra Lula. Esse, afirmam, é um caminho arriscado, pois o presidente pode acabar sendo beneficiado.
O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, disse ontem que a propaganda da TV está servindo para mostrar o "conjunto da obra" do presidente Lula. Ele afirma que ainda é cedo para avaliar o impacto da campanha na TV e no rádio nas pesquisas.
Berzoini também diz que a hesitação de Alckmin em atacar Lula mostra que há um tensionamento muito grande dentro da aliança dos tucanos e dos pefelistas sobre a estratégia e o tom do discurso a adotar.
(SILVIO NAVARRO, KENNEDY ALENCAR E FÁBIO ZANINI)

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