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Defesa do Banco Rural contraria a versão do publicitário mineiro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A defesa apresentada pelo
Banco Rural no STF contraria o
pilar da versão apresentada pelo publicitário Marcos Valério
de Souza para a origem dos cerca de R$ 55 milhões transferidos a políticos aliados do PT.
Marcos Valério sustenta que
o dinheiro saiu de seis empréstimos bancários tomados dos
bancos Rural e BMG entre fevereiro de 2003 e julho de
2004. O Rural teria emprestado o maior volume de recursos
usado na operação (R$ 29 milhões dos R$ 55,2 milhões).
Essa versão foi contestada
tanto pelo relatório final da CPI
como pela denúncia do procurador-geral Antonio Fernando
de Souza. De acordo com a denúncia, os empréstimos foram
simulados para ocultar a verdadeira origem dos recursos.
Para rebater a acusação, os
advogados do Rural, comandados pelo ex-ministro da Justiça
José Carlos Dias, alegaram que
o dinheiro sacado das agências
por pessoas indicadas por Valério veio de outros bancos: "Os
recursos que ingressaram na
conta da SMPB no Banco Rural
eram invariavelmente oriundos de outras instituições financeiras, como o Banco Itaú,
Bradesco, mas, principalmente, Banco do Brasil, banco estatal com mecanismos de controles internos presumivelmente
íntegros e eficazes. Se há presunção de que tais recursos têm
origem ilícita, a denúncia deveria tecer mais detalhes".
Os recursos sacados teriam
origem em depósitos feitos por
empresas e órgãos públicos de
Minas. Sobre os empréstimos,
a defesa do Rural admite a existência de eventuais falhas nas
operações, mas atribuiu os
eventuais erros a um morto,
José Augusto Dumont, que
presidia o banco em 2003.
Questionado sobre a contradição, José Carlos Dias mostrou-se surpreso: "Os recursos
vinham de movimentação financeira proveniente de contratos de publicidade. Era dinheiro quente. A SMPB era a
maior cliente do banco", disse.
O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, disse
não ver conflito: "Indiscutivelmente a origem dos recursos
foram os empréstimos. O dinheiro da SMPB não vinha de
uma única conta bancária".
(MARTA SALOMON e RANIER BRAGON)
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