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"Laudo da Polícia Federal sustenta todas as minhas afirmações", afirma senador
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem dar explicações sobre
inconsistências apontadas, o
presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), afirmou ontem que a perícia da Polícia Federal feita nos documentos apresentados por ele
confirmam sua defesa.
"Todos os documentos contábeis são autênticos, eu possuía recursos para fazer face às
despesas, o gado comercializado em minha fazenda foi e é
vendido a preços de mercado, e
o dinheiro produzido por todas
as vendas foi depositado em
minha conta", disse ele.
O laudo da Polícia Federal
afirma que, baseado nos papéis
analisados, não é possível afirmar se o presidente do Senado
possuía dinheiro suficiente para pagar R$ 12 mil mensais de
pensão alimentícia à jornalista
Mônica Veloso. Renan é suspeito de ter essa despesa custeada por um lobista da empreiteira Mendes Júnior.
Em plenário, Renan comunicou aos senadores que prestará
esclarecimentos hoje, a portas
fechadas, aos relatores do processo contra ele, por quebra de
decoro, no Conselho de Ética.
"Quero informar ao plenário
que o laudo sustenta as minhas
afirmações desde o início deste
doloroso processo", disse ele.
Os peritos do INC (Instituto
Nacional de Criminalística)
apontaram problemas na evolução patrimonial do senador e
inconsistências nos papéis
apresentados para comprovar
receitas obtidas supostamente
com venda de gado.
"Como se trata de laudo técnico, tratarei desse assunto de
modo técnico, no momento
apropriado", afirmou o senador. Se quiser, Renan poderá ir
ao conselho na próxima semana dar explicações aos demais
senadores, em sessão aberta.
Além do processo em que é
acusado de ter despesas pagas
por um lobista da Mendes Jr., o
senador Renan Calheiros é alvo
de mais duas representações
no Conselho de Ética.
Na primeira, o presidente do
Senado é acusado de ter conseguido suspender a cobrança de
uma dívida de R$ 100 milhões
da Schincariol com o INSS depois que a empresa comprou,
em 2006, uma fábrica de bebidas de seu irmão Olavo Calheiros por R$ 27 milhões -6,5 vezes o valor declarado pelo próprio Olavo à Justiça.
No segundo processo, o senador é acusado de ter comprado
em 1998 uma rádio e um jornal
em Alagoas por meio de laranjas, em parceria com o empresário João Lyra. Renan nega todas as acusações.
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