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RAINHA
Sem-terra não é
sem-juízo, diz líder
da Reportagem Local
O dirigente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra) José Rainha Jr. afirmou ontem que os sem-terra não
são "sem-juízo". Segundo ele, o
grupo nunca pensou em incendiar bancos.
"Foi só um jeito de falar do
companheiro. Ele tem conta no
banco, não ia colocar fogo lá,
né?", disse Rainha.
O abrandamento do discurso
do MST aconteceu um dia depois
que Rainha ouviu a promessa do
ministro da Política Fundiária,
Raul Jungmann, de que iria intervir junto ao Banco do Brasil
para agilizar a liberação de R$ 1
milhão para assentados.
"Um burocrata incompetente
do terceiro escalão do BB estava
barrando a liberação", disse Rainha. E completou: "O dia em
que tiver a reforma administrativa, um cara desse tem que ir para
a rua sem receber nada".
O líder dos sem-terra contestou a acusação da UDR (União
Democrática Ruralista) de que o
governo federal cede às pressões
do MST. "Isso é absurdo. Lutamos por nossos direitos e recebemos apenas o que é nosso por direito", disse.
Para ele, a UDR é "um bando
de gigolôs de vaca magra. Estão
todos quebrados".
Rainha esteve em São Paulo
ontem para discutir com seu advogado, o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), o pedido de transferência de seu julgamento de Pedro Canário para Vitória (ES). O pedido será julgado
na próxima quarta-feira.
Rainha acredita que, ser for julgado em Pedro Canário novamente, será condenado. "Os 21
jurados pré-selecionados são ligados a famílias de fazendeiros
da região", disse.
O julgamento do líder do MST
está marcado para o dia 16 de setembro.
(LUIS HENRIQUE AMARAL)
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