São Paulo, sábado, 23 de setembro de 2000

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OUTRO LADO
Contrato é legal, diz Embratur

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

E DA SUCURSAL DO RIO

Tanto a Embratur quanto a Artplan Prime defendem os contratos para a realização do Pavilhão de Hannover e dizem que todos os procedimentos foram legais.
Caio Cibella de Carvalho, presidente da Embratur, diz que recebeu parecer favorável da AGU para fazer o contrato. "Não há ninguém no Brasil que possa me acusar de improbidade nesse caso. Todo mundo sabe que a Embratur foi chamada para apagar o incêndio. Além do mais, eu mesmo mandei suspender os pagamentos quando essa história toda começou", afirmou Carvalho.
O presidente da Embratur, assim como o ex-ministro Rafael Greca, diz que "confia na Justiça" e que "o pavilhão brasileiro em Hannover é um sucesso".
A Folha procurou ainda na tarde de ontem Paulo Henrique Cardoso e falou com sua secretária, no Rio. Obteve a afirmação de que ele receberia o recado, mas não houve nenhum contato até a conclusão desta edição. A reportagem telefonou outras vezes para o escritório, mas ninguém atendeu.
O tal "incêndio", segundo explica o advogado da Artplan, José Márcio Mollo, teria sido o fato de, um mês antes do prazo para o início da montagem do pavilhão, não haver ainda nada preparado.
Mollo diz que, para cumprir os prazos determinados pelos organizadores alemães, o governo brasileiro designou a Embratur, que teria se utilizado legitimamente de seu contrato com a Artplan. A agência, por sua vez, subcontratou uma empresa portuguesa, a Perich/Evidência, e passou a supervisionar seu trabalho.
O advogado diz ainda que "nem um tostão" do dinheiro pago até agora pela Embratur passou pela Artplan, e diz que a ação do procurador Luiz Francisco de Souza contém "mentiras". "Ele diz que pavilhão é obra pública, quando não é. A obra pública fica, o pavilhão será desmontado no final da exposição", diz Mollo.
Já o ex-ministro Greca informou que sua única participação na montagem do pavilhão de Hannover foi "nos debates intelectuais". Segundo os procuradores, o ministro foi diretamente responsável por ter sido presidente do comitê de organização e por ser o responsável pelas atividades da Embratur. Greca afirma que, quando chegou ao ministério, as despesas com o pavilhão já estavam previstas no Orçamento.
O ministro do Itamaraty Cesário Mellantônio está na Alemanha e não foi encontrado.
A cenógrafa Bia Lessa não foi encontrada ontem. Em sua casa, a Folha foi informada de que a cenógrafa estaria em seu escritório. Lá, uma pessoa que se identificou como Tiago disse que ela não estava. Em seu celular, uma pessoa que se identificou como Maria informou que a cenógrafa lhe havia emprestado o telefone. A Folha deixou recados para Bia Lessa nos três lugares, mas ela não ligou.


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