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Presidente afirma que os companheiros que se achavam espertos "terão de pagar"
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem
uma punição educativa ao PT
ao mencionar a crise provocada
pelo envolvimento de petistas
na negociação do dossiê contra
o candidato tucano José Serra.
Se no caso do mensalão Lula
adotava prudência e dizia que
os correligionários supostamente envolvidos seriam julgados pela Justiça e pelas urnas,
na crise do dossiê o presidente
mudou o discurso e pede rigor.
Ele comparou a situação do
PT à dos pais que precisam "dar
tapas no bumbum dos filhos":
"Os companheiros que se acharam espertos e fizeram negociação com bandidos vão ter de
pagar. Ah, vão ter de pagar! Podem se esconder e não dizer
quem foi, mas vai aparecer. E,
quando aparecer, nós não podemos fazer vista grossa, porque se a gente não der educação
na hora certa, quando a gente
quiser dar, eles não vão mais
respeitar a gente. Então no PT
também tem que ser assim".
Em seu primeiro comício
após o início da crise do dossiê,
Lula reiterou, ao lado de Aloizio
Mercadante, que coloca a mão
no fogo pelo companheiro e
classificou de "imbecilidade" e
"malandragem" a ação de petistas que se envolveram no caso
do dossiê com a intenção de
"ajudar ambos na campanha".
Durante o comício, Lula afirmou que não permitirá que esses companheiros comprometam e joguem fora o patrimônio
do PT. A ausência do presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, que foi afastado na quarta-feira da coordenação geral
da campanha de Lula, foi compensada pelo presidente do
PSB, Roberto Amaral -São Vicente, local do comício de ontem, é administrada pelo PSB.
Antes, Berzoini era escalado
para falar em todos os comícios
de Lula em São Paulo, ao lado
de Marta Suplicy, Eduardo Suplicy, Aloizio Mercadante e do
presidente da Câmara, Aldo
Rebelo. Todos adotaram o mesmo discurso: criticaram o golpismo e acusaram a elite e a imprensa de tentarem impedir a
vitória de Lula. Aldo disse: "Alguns pensam que, no lugar de
dirigir uma Redação, comandam um batalhão golpista".
"Agora estão achando o seguinte: esse povo precisa ser
trocado. Só falta eles dizerem
assim: mudemos o povo", disse
Lula: "O povo gosta de coisas
boas. Que história é essa de
achar que pobre gosta de coisa
ruim? Que história é essa de
achar que pobre tem de comprar pé de galinha quando pode
comprar sobrecoxa e peito?"
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