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FHC critica
ausentes
de oposição
WILLIAM FRANÇA
LUIZA DAMÉ
da Sucursal de Brasília
O presidente Fernando
Henrique Cardoso criticou
ontem os governadores de
oposição que não compareceram à reunião convocada
por ele para definir medidas
de combate ao déficit da Previdência e negociar reivindicações dos Estados.
FHC disse que esperava
"ao menos que houvesse
uma discussão solidária"
por parte de todos os governadores "para que os resultados fossem também sustentados solidariamente".
Segundo o presidente, o tema Previdência "é uma
questão de justiça social".
Os governadores petistas
Olívio Dutra (RS), Zeca do
PT (MT) e Jorge Viana (AC),
além de Itamar Franco
(MG), do PMDB, não compareceram ao encontro por
decisão política. FHC agradeceu aos que não puderam
comparecer, mas enviaram
justificativa, como Roseana
Sarney (PFL-MA) e João Capiberibe (PSB-AP).
Os ministros Pedro Malan
(Fazenda) e Pedro Parente
(Casa Civil) também criticaram as ausências. "Eu lamento. Eles não vieram por
causa de um equívoco (a suposta limitação das discussões à Previdência)", disse
Malan. "Uma coisa é política
partidária, outra é responsabilidade de gestão."
A crítica também foi repetida por governadores e líderes governistas, especialmente do PSDB. Para o governador Mário Covas (SP),
"quem não veio está contra e
não vai cobrar", citando o
Rio Grande do Sul -que já
cobra dos inativos e pensionistas- como exemplo.
"Acho engraçado todo
mundo gritar por diálogo,
mas na hora em que o presidente convoca, o diálogo
não existe. Isso não é um jogo de oposição e governo",
disse Covas. Segundo ele, "o
PT errou" porque não poderia recusar o diálogo no momento atual. Ele isentou os
três governadores de culpa e
a atribuiu ao partido.
Para o governador do Ceará, Tasso Jereissati, "se (os
governadores de oposição)
não vão ajudar, que não apliquem (a cobrança) nos seus
Estados". "Só dessa maneira
haverá atitude coerente."
José Maranhão (PMDB-PB) ironizou a ausência dos
oposicionistas: "O jogo deles
é esse, vão ganhar o bônus
sem ter o ônus".
Para o governador de Santa Catarina, Esperidião
Amin (PPB), a ausência dos
governadores do PT foi
"uma demonstração de intolerância incompatível com
a democracia".
O presidente do Senado,
Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), afirmou: "É lamentável a ausência dos governadores do PT no momento em que a abertura do
diálogo entre as forças políticas é indispensável. E o seminário do PT é prova eloqüente disso". ACM participou de parte da reunião.
O líder do PT na Câmara,
José Genoino (SP), afirmou
que o partido está sendo criticado por exercer a fidelidade partidária, defendida pelo
próprio governo e por seus
líderes no Congresso.
"O PT tem valores, fidelidade e disciplina. O governo
prega a fidelidade partidária
quando lhe convém, para
aprovar seus projetos", afirmou o deputado.
"O projeto do partido é
bem maior do que uma reunião no Palácio do Planalto
de eficácia duvidosa."
Colaborou Denise Madueño,
da Sucursal de Brasília
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