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NO AR
Malan sai a campo
NELSON DE SÁ
da Reportagem Local
Já houve um tempo em que
Pedro Malan se constrangia
diante das câmeras.
No primeiro ano de governo,
por exemplo, quando FHC deu
até recado público ao ministro
iniciante:
- Dizem que ministro da
economia não pode falar. Ao
contrário, para ganhar apoio
você tem que sair a campo.
Demorou para o ministro se
sentir à vontade na sociedade
do espetáculo. Mas os últimos
dias mostraram que Malan,
afinal, aprendeu.
Ao dar entrevista sobre o
acordo com os governadores,
com transmissão pela Globo
News e trechos nos telejornais,
ele se agarrou ao boicote do PT
e atacou reiteradamente:
- Eu só posso lamentar a
ausência, por razões de caráter
político-partidário.... É preciso
separar política partidária da
responsabilidade pela coisa
pública, da prestação de contas
às respectivas populações.
Anteontem, no depoimento
sobre a pobreza, transmitido
pela TV Senado e reproduzido
nos telejornais, não parou de
falar sobre si mesmo:
- Há 30 anos esse tema está
presente na minha atividade
profissional e como cidadão...
Os que me acusam deveriam se
remeter à década de 70. Desde
então, defendi combater os
problemas sociais.
Citou Marx. Citou até Mao.
E lançou o que parecia uma
plataforma:
- Em reuniões com a ONU,
vários países estabeleceram a
meta de reduzir a miséria pela
metade até 2005... Nós vamos
atingir essa meta ainda antes,
tenho certeza.
Quem ligasse a TV naquela
hora poderia pensar que era
um presidenciável.
E-mail: nelsonsa@uol.com.br
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