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SEGUNDO TURNO
Partido de Lula planeja criar uma "superpasta" para habitação, saneamento e transporte, em caso de vitória
PT quer ministério para política urbana
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os petistas estudam a criação de
um ministério para tratar da política para as cidades e as regiões
metropolitanas, englobando as
áreas de habitação, saneamento e
transporte urbano.
Batizado provisoriamente de
Ministério da Cidade, seria uma
das novidades na estrutura ministerial de um eventual governo de
Luiz Inácio Lula da Silva.
A idéia, discutida na coordenação de campanha de Lula, surgiu
na elaboração do Projeto Moradia, que o presidenciável fez no
âmbito de sua organização não-governamental, o Instituto Cidadania, em 2000.
O ministério substituiria a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, teria orçamento reforçado e
status de um dos órgãos mais importantes de uma hipotética Esplanada petista, ao lado de pastas
como Planejamento, Agricultura
e Desenvolvimento Econômico.
A medida sinalizaria a importância que o candidato pretende
conferir à construção de moradias em seu mandato.
Na campanha, o presidenciável
tem colocado o investimento em
construção civil como um importante instrumento de "justiça social", além de ser fonte poderosa
de absorção de mão-de-obra.
O investimento em moradia,
urbanização e saneamento urbano, segundo Lula, teria impacto
na Segurança Pública e implicações positivas sobre o ambiente.
A menção ao ministério é feita
de forma indireta no texto-base
do programa de governo de Lula,
divulgado em junho último. O
trecho que fala de habitação nesse
texto faz referência ao Projeto
Moradia, do qual a criação da nova estrutura é um dos pilares.
Apesar disso, a implantação do
Ministério da Cidade poderá ser
feita apenas alguns meses após a
eventual posse de Lula, uma vez
que a coordenação de suas múltiplas atividades demanda tempo.
O cronograma de implantação e
a conveniência de promovê-la já
durante a transição ainda serão
estudados pela equipe de Lula, em
caso de vitória no domingo.
Mudanças aos poucos
O coordenador do programa de
governo petista, Antônio Palocci,
é um dos que defendem que, pelo
menos em um primeiro momento, haja poucas modificações na
estrutura dos ministérios.
"Minha visão da reforma administrativa é que se deve mexer
muito pouco na criação de ministérios durante a transição. Não se
deve gastar muita energia nesse
tema, a não ser no que poderia ser
essencial", declarou Palocci, sem
detalhar o que seria o "essencial".
O ministério teria como fonte
básica de financiamento recursos
do FGTS (Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço). Petistas ligados à área da habitação prometem que sua função seria de
"coordenar" ações a ser implantadas por municípios e Estados nas
áreas de habitação, saneamento e
transporte urbano (como implementação de linhas de metrô e
trem e corredores de ônibus).
O Projeto Moradia fala em investir R$ 90 bilhões em 15 anos
para vencer o déficit de 6 milhões
de casas no Brasil e aumentar o
índice de tratamento de esgoto
-20% hoje, segundo o PT. Isso
demandaria em média R$ 6 bilhões por ano -o orçamento da
Secretaria de Desenvolvimento
Urbano em 2002 é R$ 1,27 bilhão.
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