PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

A prisão de Duda Mendonça provocou mal-estar na cúpula da campanha de Marta Suplicy (PT), que tentou dissociar a figura do marqueteiro da imagem da prefeita licenciada de São Paulo.
Nota divulgada ontem à tarde, assinada por Marta, diz que a campanha "não tem responsabilidades por atos de funcionários da empresa [Duda Mendonça Marketing Político] fora das suas atividades contratuais". O funcionário, no caso, é o próprio Duda.
O presidente do PT, José Genoino, também tentou tratar o caso como um episódio banal, e não a prisão do marqueteiro da principal campanha do partido a dez dias do segundo turno, em outra cidade. "Não tem nenhum problema e é um assunto pessoal", disse Genoino, quando acompanhava Marta em corpo-a-corpo.
Internamente, no entanto, os petistas avaliavam que o episódio trás um grande desgaste político, por ao menos dois fatores: 1. a prisão de uma pessoa ligada à prefeita, obviamente, prejudica sua imagem; 2. com a distância de dez pontos nas pesquisas, a presença de Duda no Rio passa a impressão, e dá munição aos tucanos, de que Marta "jogou a toalha".
Apesar disso, integrantes da cúpula da campanha afirmam que o marqueteiro continuava empenhado em eleger Marta. A nota, divulgada quando Duda ainda estava preso, falava que Manuel Canabarro, assistente do marqueteiro, assumiria a campanha. O PT, no entanto, não cogitou tirá-lo do comando da campanha.
Petistas vêem ligação da ala da Polícia Federal próxima a Serra na prisão de Duda. Os petistas lembram do caso Lunus, quando a apreensão de R$ 1,4 milhão em sede de empresa de Roseana Sarney demoliu sua candidatura à Presidência. A ação foi conduzida pela PF e, na época, todos os dedos apontaram na direção de Serra, que sempre negou ter envolvimento no caso.
Na nota divulgada ontem Marta afirma que, "pessoalmente", é contrária à briga de galos.


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