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LOBBY
Comissão investigará firmas; ministra do STF barrou quebra de sigilos pessoais
CPI tenta quebrar sigilos de lobista
WLADIMIR GRAMACHO
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI do Roubo de Cargas estuda quebrar os sigilos bancário, fiscal e telefônico das 19 empresas
do lobista Alexandre Paes dos
Santos. A suspeita é que algumas
dessas firmas estejam sendo utilizadas irregularmente, mesmo
após sua extinção. Com os dados
em mãos, os membros da CPI
pretendem apurar possíveis ligações dessas empresas com o esquema do roubo de cargas.
O deputado federal Nelson Pellegrino (PT-BA) levará na terça-feira o pedido de quebra de sigilos
das empresas à votação na CPI.
O principal obstáculo da comissão para investigar o caso tem sido o STF (Supremo Tribunal Federal): a ministra Ellen Gracie
Northfleet, nomeada para o STF
pelo presidente Fernando Henrique Cardoso no ano passado, alegou falta de fundamentos técnicos para suspender a quebra dos
sigilos pessoais de APS, aprovada
pela CPI no começo deste mês.
Os deputados e senadores querem saber, por exemplo, por que
APS abriu uma empresa de telecomunicações em 1997, um ano
antes da privatização das empresas de telefonia, e logo depois encerrou suas atividades.
Ontem, a Folha revelou que um
dos ex-sócios de APS é o consultor jurídico José Augusto Torres,
funcionário da Procuradoria da
Câmara. Juntos, abriram em 95 a
TS Assessoria e Consultoria Ltda.
Torres havia sido encarregado
pelos deputados acusados de envolvimento com APS de apurar o
caso e processar o lobista. Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), Sebastião Madeira (PSDB-MA), Zulaiê
Cobra (PSDB-SP), Luciano Pizzatto (PFL-PR), Robson Tuma
(PFL-SP) e Carlos Mosconi
(PSDB-MG) são suspeitos de terem recebido dinheiro do lobista
em troca de algum tipo de colaboração. Todos negam envolvimento com as atividades do lobista.
Ao tomar conhecimento da antiga relação com APS, Torres foi
afastado do processo pelo procurador-geral da Câmara, deputado
Ricardo Izar (PMDB-SP).
A CPI tem uma relação com os
inquéritos a que APS já respondeu. Há acusações de tráfico de
influência, estelionato, descaminho, ameaça, desacato e corrupção ativa. Apesar do extenso rol
de acusações, não houve condenação em nenhum dos processos.
Procurado ontem pela Folha, o
advogado de Alexandre Paes dos
Santos, Felipe Amodeo, mais uma
vez não respondeu aos recados
deixados pela reportagem.
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