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análise
Com PMDB, recomenda-se certa cautela
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Luiz Inácio Lula da Silva
comemorava ontem o que
todos consideravam impossível: unir o PMDB no
apoio a seu governo. O histórico do partido mais dividido do Brasil, porém,
recomenda certa cautela.
O primeiro passo, pelo
menos, foi dado. Após encontro com Lula, o presidente do PMDB, Michel
Temer, sentenciou: o partido agora é "majoritariamente governista".
Aí está, no momento, a
chave da pretensa união
do PMDB. O grupo oposicionista ficou minoritário
demais para impedir a
adesão do partido ao governo de coalizão de Lula.
Na busca da união, cada
um procura encaixar seus
planos. Temer, ao aceitar o
convite de Lula, trabalha
para se manter na presidência do partido.
Renan Calheiros
(PMDB-AL) preferia que
Temer não conduzisse o
processo de adesão oficial
do PMDB. Aceitou para
não pôr em risco seu plano
mais imediato: reeleger-se
presidente do Senado.
Lula terá ainda de contemplar as outras alas do
partido. Deixar insatisfeitos na partilha dos cargos
pode ser apenas o primeiro percalço para a volta do
velho PMDB de sempre.
Sem falar que, de imediato, Lula terá de enfrentar a resistência de um
grupo de seis senadores
peemedebistas, que já avisou que não adere.
O risco é esses seis rebeldes se juntarem aos 32
senadores do PFL e PSDB.
A maioria governista na
Casa ficaria ameaçada.
Superado esse percalço,
Lula terá ainda de esperar
pela primeira votação para
saber se realmente terá o
PMDB unido.
Afinal, a tradição peemedebistas é de uma traição de pelo menos 30% de
sua bancada. A conferir.
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