São Paulo, quinta-feira, 23 de novembro de 2006

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análise

Com PMDB, recomenda-se certa cautela

VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Luiz Inácio Lula da Silva comemorava ontem o que todos consideravam impossível: unir o PMDB no apoio a seu governo. O histórico do partido mais dividido do Brasil, porém, recomenda certa cautela.
O primeiro passo, pelo menos, foi dado. Após encontro com Lula, o presidente do PMDB, Michel Temer, sentenciou: o partido agora é "majoritariamente governista".
Aí está, no momento, a chave da pretensa união do PMDB. O grupo oposicionista ficou minoritário demais para impedir a adesão do partido ao governo de coalizão de Lula.
Na busca da união, cada um procura encaixar seus planos. Temer, ao aceitar o convite de Lula, trabalha para se manter na presidência do partido.
Renan Calheiros (PMDB-AL) preferia que Temer não conduzisse o processo de adesão oficial do PMDB. Aceitou para não pôr em risco seu plano mais imediato: reeleger-se presidente do Senado.
Lula terá ainda de contemplar as outras alas do partido. Deixar insatisfeitos na partilha dos cargos pode ser apenas o primeiro percalço para a volta do velho PMDB de sempre.
Sem falar que, de imediato, Lula terá de enfrentar a resistência de um grupo de seis senadores peemedebistas, que já avisou que não adere.
O risco é esses seis rebeldes se juntarem aos 32 senadores do PFL e PSDB. A maioria governista na Casa ficaria ameaçada.
Superado esse percalço, Lula terá ainda de esperar pela primeira votação para saber se realmente terá o PMDB unido.
Afinal, a tradição peemedebistas é de uma traição de pelo menos 30% de sua bancada. A conferir.


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