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Denúncia é "incoerente", diz advogado de Valério
Para defensor, inconsistência aparece na comparação com acusação sobre mensalão; Clésio Andrade diz que não participava de decisões
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
O advogado de Marcos Valério Fernandes de Souza que
cuida da parte criminal do caso,
Marcelo Leonardo, contestou a
denúncia feita ontem pela Procuradoria-geral da República,
afirmando que ela é "incoerente" em comparação com a denúncia do mensalão do PT.
"Pode-se registrar uma incoerência do procurador entre
o inquérito 2245 [mensalão] e
esta, na medida em que ele excluiu [da denúncia de ontem]
todas as pessoas que receberam
valores, justificando que isso
seria crime eleitoral, que já está
prescrito", disse Leonardo.
Mas, segundo ele, no mensalão "foi dito que era corrupção",
e não crime eleitoral.
Sobre a denúncia de peculato, o advogado disse que isso será "facilmente comprovado",
porque há muitas provas de
que os eventos esportivos existiram e foram realizados.
O empresário Clésio Andrade, em nota, disse: "Em maio de
1998 deixou a sociedade da qual
fazia parte na SMPB, bem antes, portanto, do início das eleições daquele ano. Durante a
campanha estadual, participou
do pleito como candidato a vice, indicado por seu partido à
época, com a incumbência de
viajar pelo interior do Estado
em busca de votos. Não era
membro do governo, razão pela
qual não participou de qualquer decisão de governo, especialmente no que tange a ordenamento de despesas do Estado ou de empresas estatais".
Os advogados de Cláudio
Mourão, Otávio Caetano, e de
Cristiano Paz, Monteiro Filho,
disseram que não tinham conseguido ler a denúncia. O advogado de Ramon Cardoso, Hermes Guerreiro, disse que não
viu "nenhum fato que demonstrasse que seu cliente tenha se
apropriado de alguma coisa".
Jair Alonso de Oliveira e José
Afonso Beltrão da Silva, não
atenderam aos telefonemas durante a tarde. Na casa de Fernando Soares, uma pessoa disse que ele estava viajando. Na
casa de Eduardo Mundim, foi
dito que ele não tinha nada a falar sobre o assunto.
Um escritório de advocacia
que defende Eduardo Guedes
disse que não teria como se manifesta. A Folha não localizou
Sylvio Perez de Carvalho, Lauro Lima Filho e Renato Caporali Ribeiro.
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