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Bancada do PTB deixa bloco de apoio a Lula no Senado
Partido diz que vai atuar de forma independente na votação da emenda que prorroga a CPMF por 4 anos e em outras proposições
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A bancada do PTB no Senado
se desligou ontem do bloco de
apoio ao governo e decidiu que
irá atuar de forma independente na votação da emenda que
prorroga a CPMF por mais
quatro anos e nas demais proposições. A decisão coincidiu
com a saída do ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações
Institucionais), que é do PTB,
do governo. Mares Guia foi acusado de envolvimento no escândalo tucano.
O partido tem sete votos, dois
deles- dos senadores Mozarildo Cavalcanti (RR) e Romeu
Tuma (SP)- já declarados contra a contribuição. Na prática, o
PTB continuará na base de
apoio do governo, mas não se
submeterá mais às orientações
do bloco, o que obrigará o Planalto a negociar com o partido
em cada votação.
A decisão da bancada foi uma
retaliação à líder do bloco e do
PT na Casa, Ideli Salvati (PT-SC). Há duas semanas, ela substituiu Mozarildo Cavalcanti na
CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para evitar que
ele votasse contra a emenda
que prorroga a CPMF.
A bancada também estava insatisfeita com o Planalto que
privilegiou a oposição na discussão da CPMF.
"Vamos ter vida própria, não
vamos ter uma pessoa que tira e
bota membros das comissões",
afirmou o líder do PTB no Senado, Epitácio Cafeteira (MA).
Segundo ele, a bancada terá independência agora, sem obedecer às ordens da líder do bloco.
Ideli não comentou o assunto. Para outros líderes da base,
a saída do PTB é mais um fator
contra a CPMF. "Causa efeito
negativo para o governo neste
momento e dificulta a articulação da base", disse o líder do
PSB, Renato Casagrande (ES).
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), minimizou. "O partido tomou a decisão que entendeu melhor, não
vejo prejuízos", disse.
Mozarildo disse que a decisão de deixar o bloco é irreversível e que isso significa ter independência da base aliada.
"Não queremos ser tratados como partido de segunda categoria. Além do meu afastamento,
já havia outros fatores que se
acumulavam", disse.
Com a saída do PTB, o bloco
governista no Senado agora será composto por PT, PR, PSB,
PCdoB, PRB e PP. Dos partidos
que apoiam o governo, o PDT
não integra o bloco governista e
atua de forma independente.
A bancada do PTB conta com
Romeu Tuma (SP), Epitácio
Cafeteira (MA), Sérgio Zambiazi (RS), Gim Argello (DF), João
Vicente Claudino (PTB-PI) e
Fernando Collor de Mello (AL),
que está licenciado.
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