São Paulo, sexta-feira, 23 de novembro de 2007

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Bancada do PTB deixa bloco de apoio a Lula no Senado

Partido diz que vai atuar de forma independente na votação da emenda que prorroga a CPMF por 4 anos e em outras proposições

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A bancada do PTB no Senado se desligou ontem do bloco de apoio ao governo e decidiu que irá atuar de forma independente na votação da emenda que prorroga a CPMF por mais quatro anos e nas demais proposições. A decisão coincidiu com a saída do ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais), que é do PTB, do governo. Mares Guia foi acusado de envolvimento no escândalo tucano.
O partido tem sete votos, dois deles- dos senadores Mozarildo Cavalcanti (RR) e Romeu Tuma (SP)- já declarados contra a contribuição. Na prática, o PTB continuará na base de apoio do governo, mas não se submeterá mais às orientações do bloco, o que obrigará o Planalto a negociar com o partido em cada votação.
A decisão da bancada foi uma retaliação à líder do bloco e do PT na Casa, Ideli Salvati (PT-SC). Há duas semanas, ela substituiu Mozarildo Cavalcanti na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para evitar que ele votasse contra a emenda que prorroga a CPMF.
A bancada também estava insatisfeita com o Planalto que privilegiou a oposição na discussão da CPMF.
"Vamos ter vida própria, não vamos ter uma pessoa que tira e bota membros das comissões", afirmou o líder do PTB no Senado, Epitácio Cafeteira (MA). Segundo ele, a bancada terá independência agora, sem obedecer às ordens da líder do bloco.
Ideli não comentou o assunto. Para outros líderes da base, a saída do PTB é mais um fator contra a CPMF. "Causa efeito negativo para o governo neste momento e dificulta a articulação da base", disse o líder do PSB, Renato Casagrande (ES).
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), minimizou. "O partido tomou a decisão que entendeu melhor, não vejo prejuízos", disse.
Mozarildo disse que a decisão de deixar o bloco é irreversível e que isso significa ter independência da base aliada. "Não queremos ser tratados como partido de segunda categoria. Além do meu afastamento, já havia outros fatores que se acumulavam", disse.
Com a saída do PTB, o bloco governista no Senado agora será composto por PT, PR, PSB, PCdoB, PRB e PP. Dos partidos que apoiam o governo, o PDT não integra o bloco governista e atua de forma independente.
A bancada do PTB conta com Romeu Tuma (SP), Epitácio Cafeteira (MA), Sérgio Zambiazi (RS), Gim Argello (DF), João Vicente Claudino (PTB-PI) e Fernando Collor de Mello (AL), que está licenciado.


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