São Paulo, sexta-feira, 23 de novembro de 2007

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Sem Walfrido, CPMF preocupa mais o governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A saída do ministro Walfrido Mares Guia (Relações Institucionais) do governo em meio a tramitação da emenda que prorroga a CPMF acendeu a luz amarela na base aliada.
Walfrido vinha articulando com os senadores a aprovação da emenda, que irá garantir R$ 40 bilhões aos cofres públicos no próximo ano, negociação que volta a estaca zero na avaliação de parlamentares.
"A votação da CPMF já estava perigosa com o Walfrido. O governo agora terá que trocar o pneu com o carro andando e tem pouco tempo para fazer isso", disse o líder do PSB, senador Renato Casagrande (ES), integrante da base do governo.
"A saída do ministro determina ao governo perda de tempo, porque ele (Walfrido) tinha composições já feitas com os partidos políticos e tudo vai ter que ser refeito", afirmou o líder do DEM, José Agripino Maia (RN).
Interessados nos votos do PSDB para a emenda da CPMF, base e oposição procuraram ontem não criticar o senador tucano Eduardo Azeredo (MG). A líder do PT, Ideli Salvati (SC), disse que não iria se manifestar. Aloizio Mercadante (PT-SP) disse que ele não foi condenado. "Acho que esse é um assunto vencido, uma denúncia de 1998", disse senador Antonio Júnior (DEM-BA).
A saída de Walfrido foi aprovada. "Qualquer servidor do governo, por mais que tenha contribuído, que for objeto de denúncia, deve ser afastado até que seja julgado. Se for demonstrado sua inocência, ele volta. Caso contrário, se afasta definitivamente", disse Mercadante.
A escolha do deputado José Múcio Monteiro (PTB-PE) como novo ministro foi avaliada como positiva, embora não resolva o problema imediato. "Ele tem trânsito, mas o Walfrido já estava com todo conhecimento das articulações estabelecidas", disse Casagrande.
A rápida troca de Walfrido dos Mares Guia por José Múcio frustrou o PT. O partido há muito está de olho na cadeira de articulador político, que considera o último dos cargos estratégicos de governo que ainda não controla. O nome indicado pelo partido para o ministério seria o de Henrique Fontana (RS), que assumirá posto de líder.


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