São Paulo, sexta-feira, 23 de novembro de 2007

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Governadores tucanos negociam pró-CPMF

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Enquanto a bancada do partido no Congresso bate o pé contra a prorrogação da CPMF, governadores do PSDB negociavam ontem reservadamente com seus aliados estaduais, durante a convenção do partido, para angariar votos em favor da emenda.
Com dois "presidenciáveis" para 2010- os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG)-, parte da cúpula do partido avalia que a arrecadação do imposto do cheque, cuja previsão para o ano que vem é de R$ 40 bilhões, é crucial.
"Será um grande erro do Congresso Nacional e dos senadores do PSDB votar contra a CPMF", disse o governador de Alagoas, Teotônio Vilela.
Publicamente, entretanto, o alagoano foi o único a se manifestar abertamente pela aprovação da emenda. Oficialmente, a bancada de 13 senadores declarou que votará contra. O governo avalia, entretanto, que com a ajuda dos governadores conseguiria até quatro votos tucanos.
"As negociações fazem parte do jogo", disse a governadora gaúcha, Yeda Crusius, para quem as negociações no Senado acabaram prejudicadas pela tese do terceiro mandato do presidente Lula.
"Essa é uma questão que não cabe aos governadores tratar. A gente conversa sobre isso internamente, mas publicamente não vou me manifestar", afirmou o governador de São Paulo, José Serra.
O governador Aécio Neves (MG) disse que o sucesso da empreitada depende do Palácio do Planalto. "Hoje, depende mais do governo apresentar uma proposta consistente que atenda à sociedade na desoneração tributária e nos investimentos da saúde", disse. "Se não, a decisão do Senado [contra] é final", emendou.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que a "conjuntura" do país, hoje, não exige a continuidade do imposto até 2011, que atravessou seus dois mandatos.
FHC rechaçou a interferência dos governadores da sigla: "O partido tem que analisar pensando no Brasil, no seu eleitorado e na responsabilidade pública. Não tem que seguir orientação de A, B ou C", disse.


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