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FHC optou por preservação de imagem
da Sucursal de Brasília
Ao vetar a anistia eleitoral, Fernando Henrique Cardoso optou
por preservar sua imagem pública em detrimento do bom relacionamento com o Congresso. FHC
preferiu enfrentar o mau humor
dos congressistas a sofrer novo
abalo na sua popularidade.
FHC foi pressionado a vetar a
anistia por entidades da sociedade civil, como a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)
e a OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil). Um dos pedidos que
mais pesaram foi feito pelo Conselho dos Presidentes dos TREs
(Tribunais Regionais Eleitorais),
que temia a desmoralização da
fiscalização dos próximos pleitos.
FHC ouviu opiniões divergentes. Mas um fato lembrado pelo
ministro Pimenta da Veiga (Comunicações) foi decisivo. O próprio presidente seria beneficiado.
Apesar da falta de simpatia logo
manifestada pelo projeto, FHC
demorou a se decidir. Ele só o fez
poucas horas antes de encerrar
sua agenda deste ano no Planalto.
""Não tenho por que pagar um
preço político (pela sanção) por
uma coisa da qual discordo", disse FHC a assessores.
A hesitação tinha motivo claro:
a ameaça de uma rebelião no
Congresso. Mais de 80 parlamentares se livrariam de multas de R$
2,2 milhões. ""Ouvi várias manifestações de preocupação com o
humor do Congresso", contou o
secretário-geral da Presidência,
Aloysio Nunes Ferreira. Ele diz só
ter recebido pedido contrário ao
veto de um parlamentar.
A reação mais temida pelo governo é no Senado, onde o valor
das multas é mais alto. Lá, só o senador Maguito Vilela (PMDB-GO), governista fiel, deve R$ 210
mil. Roberto Requião (PMDB-PR) foi multado em R$ 180 mil.
Os dois votaram pela anistia.
Até a semana passada, havia
uma divisão entre os principais
interlocutores de FHC. O ministro da Justiça, José Carlos Dias, foi
o primeiro a defender o veto em
parecer encaminhado ao presidente. O chefe da Casa Civil, Pedro Parente, a quem está subordinada a consultoria jurídica do
Planalto, não recomendou o veto,
já que o projeto não era considerado inconstitucional.
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