São Paulo, domingo, 23 de dezembro de 2001

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RUMO A 2002

Proporção de eleitores dispostos a apoiar candidato de FHC cai a 12%

Presidente perde força como cabo eleitoral na sucessão

PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Fernando Henrique Cardoso está perdendo força como cabo eleitoral, revela pesquisa do Datafolha: cresceu oito pontos percentuais o número de brasileiros que dizem estar indiferentes ao apoio do presidente a um candidato à Presidência.
Esse índice atingiu 51%, em pesquisa realizada entre os dias 12 e 14 de dezembro, contra os 43% de setembro deste ano. Caiu de 15% para 12% o percentual daqueles que afirmam que poderiam votar em quem o presidente indicasse. O apoio de FHC é razão para que 31% dos eleitores rejeitem um candidato, mas, em setembro, esse percentual era ainda maior: 36%. Foram ouvidos 12.122 eleitores em 353 municípios brasileiros.
Em dez Estados pesquisados pelo Datafolha, é no Maranhão, governado por Roseana Sarney (PFL), que FHC é mais bem visto como cabo eleitoral, com 20% de influência no voto. O Rio Grande do Sul, administrado por Olívio Dutra (PT), registra o menor índice de interferência do presidente: só 6% dos eleitores escolheriam um candidato indicado por FHC.
O Estado do Rio é o mais oposicionista, com 40% afirmando que não votariam em alguém alinhado a FHC. Em São Paulo, onde o presidente fez sua carreira política, 58% afirmam que a posição dele não faz diferença na hora do voto, 30% mudariam sua escolha por serem contrários ao presidente, e 12% seguiriam o tucano.
A rejeição ao apoio de FHC a um candidato é seis pontos percentuais maior entre os homens (34%) do que entre as mulheres (28%). Os entrevistados com formação universitária (37%) e com renda entre dez e 20 salários mínimos (36%) são os que mais rechaçam votar em um candidato ligado ao tucano.
Mesmo entre os que dizem ser eleitores do ministro da Saúde, José Serra (PSDB), 19% se declaram dispostos a mudar de voto, caso seu candidato seja apoiado por Fernando Henrique Cardoso.
O presidente conclui o terceiro ano do seu segundo mandato com índices estáveis: 35% classificam seu governo como ruim ou péssimo, uma oscilação negativa de um ponto em relação a novembro; 24% avaliam como ótimo ou bom, exatamente o mesmo percentual do mês passado; e 40% como regular -oscilação positiva de dois pontos percentuais.
O Rio é outra vez o Estado no qual FHC tem a pior avaliação: 51% acham que seu governo é ruim ou péssimo. Maranhão (29%), Pernambuco (28%), Ceará (27%) e Minas (27%) são os Estados que concentram as maiores taxas de avaliação positiva do presidente. Os três primeiros são administrados por aliados do presidente. O índice em Minas é alto, apesar das críticas constantes do governador Itamar Franco a FHC.
Nos seus dois mandatos, a melhor taxa de ótimo ou bom obtida por FHC foi 47% em dezembro de 1996. Na época, comprava-se US$ 1 com R$ 1,06. O brasileiro viajava tanto que o chamado déficit de turismo externo saltou de US$ 799 milhões, antes do Plano Real, para US$ 3,8 bilhões naquele ano.
O pior momento da administração de FHC foi em setembro de 1999, quando 56% dos brasileiros classificavam seu governo como ruim ou péssimo. Nessa época, 51% diziam temer o desemprego.




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