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RUMO A 2002
Proporção de eleitores dispostos a apoiar candidato de FHC cai a 12%
Presidente perde força como
cabo eleitoral na sucessão
PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Fernando Henrique Cardoso está perdendo força
como cabo eleitoral, revela pesquisa do Datafolha: cresceu oito
pontos percentuais o número de
brasileiros que dizem estar indiferentes ao apoio do presidente a
um candidato à Presidência.
Esse índice atingiu 51%, em pesquisa realizada entre os dias 12 e
14 de dezembro, contra os 43% de
setembro deste ano. Caiu de 15%
para 12% o percentual daqueles
que afirmam que poderiam votar
em quem o presidente indicasse.
O apoio de FHC é razão para que
31% dos eleitores rejeitem um
candidato, mas, em setembro, esse percentual era ainda maior:
36%. Foram ouvidos 12.122 eleitores em 353 municípios brasileiros.
Em dez Estados pesquisados
pelo Datafolha, é no Maranhão,
governado por Roseana Sarney
(PFL), que FHC é mais bem visto
como cabo eleitoral, com 20% de
influência no voto. O Rio Grande
do Sul, administrado por Olívio
Dutra (PT), registra o menor índice de interferência do presidente:
só 6% dos eleitores escolheriam
um candidato indicado por FHC.
O Estado do Rio é o mais oposicionista, com 40% afirmando que
não votariam em alguém alinhado a FHC. Em São Paulo, onde o
presidente fez sua carreira política, 58% afirmam que a posição
dele não faz diferença na hora do
voto, 30% mudariam sua escolha
por serem contrários ao presidente, e 12% seguiriam o tucano.
A rejeição ao apoio de FHC a
um candidato é seis pontos percentuais maior entre os homens
(34%) do que entre as mulheres
(28%). Os entrevistados com formação universitária (37%) e com
renda entre dez e 20 salários mínimos (36%) são os que mais rechaçam votar em um candidato ligado ao tucano.
Mesmo entre os que dizem ser
eleitores do ministro da Saúde,
José Serra (PSDB), 19% se declaram dispostos a mudar de voto,
caso seu candidato seja apoiado
por Fernando Henrique Cardoso.
O presidente conclui o terceiro
ano do seu segundo mandato
com índices estáveis: 35% classificam seu governo como ruim ou
péssimo, uma oscilação negativa
de um ponto em relação a novembro; 24% avaliam como ótimo ou
bom, exatamente o mesmo percentual do mês passado; e 40%
como regular -oscilação positiva de dois pontos percentuais.
O Rio é outra vez o Estado no
qual FHC tem a pior avaliação:
51% acham que seu governo é
ruim ou péssimo. Maranhão
(29%), Pernambuco (28%), Ceará
(27%) e Minas (27%) são os Estados que concentram as maiores
taxas de avaliação positiva do presidente. Os três primeiros são administrados por aliados do presidente. O índice em Minas é alto,
apesar das críticas constantes do
governador Itamar Franco a FHC.
Nos seus dois mandatos, a melhor taxa de ótimo ou bom obtida
por FHC foi 47% em dezembro de
1996. Na época, comprava-se US$
1 com R$ 1,06. O brasileiro viajava
tanto que o chamado déficit de turismo externo saltou de US$ 799
milhões, antes do Plano Real, para
US$ 3,8 bilhões naquele ano.
O pior momento da administração de FHC foi em setembro de
1999, quando 56% dos brasileiros
classificavam seu governo como
ruim ou péssimo. Nessa época,
51% diziam temer o desemprego.
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