São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 2002

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Empresário gasta R$ 800 mil, mas não obtém vaga

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O dinheiro farto não foi garantia de eleição para todos. O ex-deputado e empresário da construção civil Ezio Ferreira (PFL-AM), 16º colocado na lista dos campeões de arrecadação, perdeu os R$ 800 mil que tirou do próprio bolso: não conseguiu regressar à Câmara.
Ele não recebeu nenhuma doação de terceiros e fez a campanha proporcionalmente mais cara, liderando o ranking do voto mais "caro". Cada um dos 7.862 votos recebidos custou R$ 101,76. Procurado pela Folha, Ferreira disse que gastou outros R$ 100 mil com a campanha da mulher, Maria das Graças Cerqueira Ferreira, que também não se elegeu para a Assembléia Legislativa.
O deputado e empresário da construção civil Márcio Fortes (PSDB-RJ), o campeão de arrecadação, também pagou caro por voto obtido: R$ 49,51. Ele foi acusado pela cúpula do PFL de ter sido um dos responsáveis pelas investigações contra a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), que a levaram a desistir da candidatura à Presidência da República.
No Espírito Santo, o deputado José Carlos Fonseca (PFL) teve uma das campanhas mais caras do país (R$ 805 mil). Ele obteve a segunda maior votação no Estado (92.727), mas não garantiu sua reeleição porque seu partido não conseguiu alcançar o quociente eleitoral.
Adversário do presidente da Assembléia Legislativa, José Carlos Gratz (PFL), Fonseca teve sua candidatura esvaziada com a retirada dos demais candidatos da legenda à Câmara. Gratz, que controla a Assembléia, optou por fazer uma bancada estadual forte.
Três dos dez candidatos ao Senado com campanhas mais ricas não conseguiram se eleger. Orestes Quércia mudou o rumo nesta eleição e se aliou ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, adversário no passado. A nova estratégia fracassou e o ex-governador amargou a derrota depois de angariar R$ 2,1 milhões.
Os outros dois exemplos são de Paulo Bornhausen (PFL-SC), filho do presidente nacional do PFL, com R$ 1,9 milhão de receitas, e o presidente nacional do PSDB, José Aníbal (SP), com R$ 1,8 milhão.


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