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Salário de secretários sobe 89%, após pedido de Serra
Vencimentos, congelados desde 95, passam de R$ 6.262,00 para R$ 11.885,40
Governador Cláudio Lembo diz que teme um "efeito cascata" em outras áreas do funcionalismo estadual a partir de reajuste concedido
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A pedido do governador eleito, José Serra (PSDB-SP), a Assembléia Legislativa de São
Paulo aprovou na madrugada
de ontem um reajuste de 89%
no salário dos secretários estaduais e um projeto que cria três
secretarias com 147 novos cargos de livre nomeação.
O salário dos secretários, que
estava congelado desde 1995,
saiu de R$ 6.262,00 para R$
11.885,40 mensais. O gasto adicional com 24 secretários será
de pelo menos R$ 1,7 milhão ao
ano. O salário de Serra foi mantido em R$ 14.885,00, com a rejeição de emendas que poderiam elevá-lo (leia texto à parte). A votação, que envolveu outros projetos e foi feita em regime de urgência, acabou por volta das 5h de ontem.
Segundo o futuro secretário
da Casa Civil de Serra, Aloysio
Nunes Ferreira, a criação das
secretarias de Administração e
Gestão, de Comunicação e de
Relações Institucionais "não
representará" despesas adicionais. Num prazo de 120 dias, o
governo deverá cortar cargos
em outros órgãos públicos e secretarias.
Ontem, em entrevista coletiva, o governador Cláudio Lembo (PFL) disse temer que o reajuste dos salários dos secretários provoque "um efeito cascata". "Você sabe que esse é um
ato de competência da própria
Alesp [Assembléia Legislativa].
Eu não participei desse ato.
Confesso que eu acho que os secretários ganham muito pouco,
mas tenho muito temor do efeito cascata do aumento, porque
tem o secretário, tem o adjunto,
tem o chefe de gabinete, tem os
assessores. Então eu confesso
que tenho grande preocupação
quanto aos valores finais", disse
o governador.
Lembo afirmou reconhecer
que "o secretário ganha mal".
"Serra, que é equilibrado e tem
um conhecimento técnico
grande, vai ter que eqüacionar
esse problema", disse Lembo,
em visita a um restaurante popular no bairro Tucuruvi.
Indagado sobre a criação das
três novas secretarias, o governador manifestou discordância: "É uma visão administrativa do governador Serra. Eu
confesso que eu gostaria, mas
não tive tempo, de diminuir secretarias. Ele achou melhor dar
mais amplitude, dar uma visão
mais orgânica. É preciso perguntar a ele o porquê. A filosofia é dele. A minha é, se possível, enxugar".
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